24/07/2015 – Atualizado em 24/07/2015
Por: Ana Carolina Kozara e Carlos Santos
Em busca da imparcialidade de nossas publicações e deixando sempre os canais de comunicação abertos para todas as partes envolvidas nas matérias que são publicadas no site ou noticiadas na programação da Rádio Caçula, nossa equipe de reportagem conversou durante esta quinta-feira (23) com familiares e a vítima de um possível estupro que foi noticiado na ultima terça feira (21).
A prisão do acusado, Carlos Desidério dos Santos, aconteceu no final da tarde dessa segunda-feira (21) e foi realizada por policiais da SIG (Setor de Investigações Gerais) por força de um mandado de prisão expedido pela comarca de Três Lagoas (MS). O pedido de prisão preventiva foi decretado, pois o acusado não teria comparecido à delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso.
Versão da Vítima
Na manhã dessa quinta-feira (23) a vítima, identificada como E.B., do possível estupro nos concedeu uma entrevista exclusiva em que contou que iniciou um namoro com Desidério em Janeiro de 2014 e que o relacionamento durou cerca de três meses, pois no mês de março o casal se separou e de acordo com a vítima, ela cortou relações com o acusado logo após o estupro ter acontecido.
A jovem nos contou que no início do namoro à vida do casal era boa e que o até então namorado a tratava muito bem, porém com o passar dos dias a vítima foi notando um comportamento estranho do companheiro que demonstrava certa agressividade em todas as vezes que ingeria bebida alcoólica, a jovem afirma que eles só não brigavam mais nestas ocasiões porque ela se calava e deixava pra lá.
A vítima nos contou que vivia maritalmente com o acusado e que em diversas ocasiões o casal se relacionava sexualmente de maneira consentida, mas que em algumas ocasiões ela não estava muito animada, mas acabava cedendo devido a grande insistência do companheiro.
De acordo com E.B., com pouco tempo de relacionamento Desidério já tinha a intensão de morar junto com ela em sua residência e dizia que queria alugar o seu apartamento, localizado no bloco ao lado do mesmo condomínio para aumentar a renda do casal. A jovem nos contou que achava a atitude do acusado estranha e ela começou a desconfiar que ele tivesse se aproximado dela por interesse em usufruir de seu apartamento e de seu beneficio concedido pelo INSS.
A vítima ainda nos relata que o homem era muito ciumento e que fez sua cabeça para que ela abandonasse seu emprego em uma loja no centro da cidade atualmente esta desempregada.
Com cerca de dois meses de namoro o casal decidiu dar mais um passo em seu relacionamento e noivaram e no mesmo período a vítima decidiu retornar para o âmago da igreja evangélica e de acordo com os ensinamentos da religião o casal deve ter relações sexuais apenas após o matrimônio e a partir deste momento a vítima decidiu que não se relacionaria mais com seu noivo e que após tomar esta decisão, que o acusado se zangou muito e se revoltou falando muito mal da religião, do pastor da igreja e da doutrina.
A jovem nos contou que no dia do crime saiu de casa e foi ao centro pagar contas e ficou parada na praça pensando e voltou para casa por volta das 17 h e quando chegou em casa e discutiu com Desidério que a acusava de ter sido a culpada por ele ter voltado a fumar na tarde do ocorrido.
Passado um tempo a vítima disse que precisava ir ao banheiro e o acusado a levou, e foi neste momento que ele disse que queria ter relações sexuais com a vítima que afirmava categoricamente que não queria, foi neste momento que, de acordo com a vítima, o homem teria dito que ele queria e que iria ter e neste momento começou o estupro.
A jovem disse que ficou com medo da reação do e de seus parentes e só registrou boletim de ocorrência três dias após o crime ter acontecido, quando aconteceu o exame de corpo de delito.
Depois do crime vítima cortou relações com o homem e ele nunca mais foi a sua casa, mas que sempre que se cruzam na rua o homem meche com ela.
A vítima nos contou que antes do acontecido o acusado nunca tinha a agredido e que quando foi à delegacia da mulher registrar o boletim de ocorrência a delegada da DAM (Delegacia de Atendimento a Mulher) e que ficou surpreendida com a quantidade de boletins de ocorrência por violência domestica registrados em desfavor do acusado e disse à equipe de reportagem que agradece a Deus por ter ficado calada quando o acusado ficava bêbado, pois se tivesse dito algo poderia ter sido espancada.
A respeito da manifestação da família e da vizinhança em favor do acusado, a jovem diz que se sente humilhada porque ela teve que passar sozinha por um estupro e ainda esta sendo julgada como a culpada por toda a vizinhança.
Ela afirma que não vai retirar o processo que corre contra Desidério por conta da pressão que a família e a vizinhança estão fazendo pois só ela sabe a dor que ela sentiu e o constrangimento que vive até hoje.
Versão do pai da vítima
Com a repercussão que o caso ganhou na cidade de Três Lagoas, o pai biológico da vitima entrou em contato com a redação da Rádio Caçula e manifestou disposição em gravar uma entrevista falando a respeito de sua filha, a possível vítima do estupro.
Eraldo Ferreira Lemos, 51 anos, nos contou que a filha é fruto de um romance que viveu com uma mulher quando tinha cerca de 18 anos de idade e que só ficou sabendo da criança ha 12 anos atrás, quando a jovem tinha aproximadamente 20 anos de idade e após a noticia o pai realizou um exame de DNA que comprovou sua paternidade.
Vendo o sofrimento da filha, Eraldo juntou toda sua economia e levou a menina até ribeirão preto, onde ela passou por uma serie de consultas e exames e a partir destes resultados o doutor indicou um tratamento para a paralisia da jovem que prometia melhorar o seu problema, o pai da garota não mediu esforços para comprar o coquetel de medicamentos para o tratamento da filha, porem esta se recusou a toma-los e jogou todos no lixo.
O pai nos conta que não podia obrigar a jovem a tomar o remédio mas que fez tudo o que estava a seu alcance para ajuda-la a se recuperar.
Eraldo buscou trazer sua filha para o convívio de sua família e com o passar do tempo a garota foi se aproximando cada vez mais e passou a querer morar com o pai, o que não era possível pois a homem trabalhava como carreteiro e passava a maior parte dos dias viajando pelo país e devido às condições físicas da jovem não seria possível que ela o acompanhasse.
Sendo assim, sempre que o pai voltava de suas longas viagens a jovem vinha passar alguns dias na companhia da família paterna. Eraldo nos conta que na época ainda não tinha carro e que era seu cunhado que levava e trazia a jovem da casa da mãe para a sua residência.
Pelas condições físicas da jovem, ela precisava de auxilio para realizar todo o tipo de tarefa, inclusive para ir ao banheiro e para tomar banho, o pai nos contou que a jovem começou a confundir o amor fraternal de pai para filha com o amor carnal de um homem para uma mulher e começou a se insinuar.
Diante desta situação Eraldo pediu para que seu cunhado levasse a garota de sua casa e depois disso cortou relações com a jovem.
O homem disse que até esta data nunca tinha contado esta história para ninguém, nem mesmo para sua esposa, mas que diante do que esta acontecendo viu a necessidade de contar, pois quer que as pessoas conheçam a índole da suposta vítima.
Eraldo disse que não conhece o acusado ou sua família, mas que acredita que caso o homem seja inocente ele não pode pagar por um crime que não cometeu. O pai da vítima diz que não esta no papel de julgar se o crime de fato aconteceu ou não, mas que ele afirma que conhece a índole vingativa de sua filha e afirma que ela faz uso de sua deficiência para obter benefícios.
Assista ao vídeo do depoimento de Eraldo, pai biológico da vítima de estupro.
Nota da Rádio Caçula
A Rádio Caçula reitera seu comprometimento com a divulgação de noticias de maneira imparcial, o julgamento do caso aqui relatado são de responsabilidade do poder judiciário que irá agir de maneira justa fazendo prevalecer a verdade e punindo a quem de direito.
