21/10/2013 – Atualizado em 21/10/2013
A Assembleia Legislativa realizou na manhã desta segunda-feira um debate tratando do tema violência nas Escolas
Por: Assessoria
Representantes da Polícia Militar, da Federação dos Trabalhadores em Educação em Mato Grosso do Sul (Fetems), do Ministério Público Estadual (MPE), das secretarias de Educação de Campo Grande e do Estado, do Comando da Guarda Municipal, deputados, educadores e estudantes se reuniram na Assembleia Legislativa, na manhã desta segunda-feira (21), durante a audiência pública “Violência nas Escolas”. O evento foi proposto pelo deputado estadual Cabo Almi (PT). “Está difícil passar uma semana sem ter um caso de violência nas escolas. Está claro que precisamos fazer alguma coisa”, afirmou Almi, que é o presidente da Comissão Segurança Pública e Defesa Social na Casa de Leis. O deputado Prof. Rinaldo (PSDB) lembrou que a escola é a extensão do lar: “os problemas que encontramos nas escolas são o reflexo da família que está fragilizada”, ressaltou.
Conforme dados do Ministério da Justiça, o Brasil é o quarto país que mais mata jovens. O promotor da Justiça da Infância e da Juventude, Sérgio Harfouche, destacou que a violência é caso grave e que há necessidade de restaurar os valores morais. “Essa discussão passa pela ética, pela formação moral e de caráter”, reforçou. Para o promotor, existe hoje uma interpretação equivocada do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Só se fala em direitos para os adolescentes e não em obrigação. Eles não têm só direitos. Isso não é verdade, a criançada está brincando de matar e de ter filhos”, alertou. Já o doutor em educação e presidente da Câmara Municipal de São Gabriel do Oeste, vereador Marcos Antônio Paz da Silveira, falou sobre a importância da participação mais efetiva da comunidade escolar e da aproximação dos pais e responsáveis dentro da escola. “Precisamos discutir a finalidade da escola, o regimento delas e o processo pedagógico”.
A secretária adjunta da Secretaria de Estado de Educação, Cheila Cristina Vendrami, fez um alerta: “a educação tem como papel trabalhar a prevenção e a escola pode ajudar, mas sozinha ela não faz nada, a família tem um papel fundamental na educação dos nossos jovens”. Já o coordenador estadual da Polícia Comunitária, Coronel Carlos Santana Carneiro, disse que é preciso trabalhar na prevenção com a participação de pais e alunos. “Precisamos trazer a comunidade escolar para o debate. Eu proponho a criação de conselhos comunitários de segurança da juventude, composto pelos alunos”, complementou. Um documento com as sugestões apresentadas durante a audiência será encaminhado às autoridades ligadas à Segurança Pública e à Educação. Entre as sugestões levantadas, estão uma política de maior disciplina dentro das escolas; aumento do efetivo policial na chegada e saída dos alunos; criação de conselhos comunitários de segurança da juventude e um disque-denúncia; criação de uma companhia de policiamento nas escolas e o uso de agentes patrimoniais também para garantir a segurança dos estudantes.
Casa cidadã – A comerciante Maria Aparecida Amancio de Araújo destacou que o debate foi um passo para o esclarecimento: “é muito válida a discussão para um melhor entendimento da sociedade. A base familiar está desestruturada, está faltando atenção e carinho para as crianças e os adolescentes e isso favorece que a violência aconteça. A Assembleia está cumprindo com o seu papel, fico contente”. Já o estudante Igor da Silva (15 anos), falou que o debate é importante porque “a violência está grande nas escolas e precisamos fazer algo para mudar essa situação”. O representante de vendas Élio Barboza concorda e afirma que “hoje a situação está muito grave e não é só nas escolas, temos que buscar alternativas para reduzir a violência e a Assembleia está de parabéns por oportunizar o debate”.




