Residência terapêutica da prefeitura atende moradores em processo de desinstitucionalização e promove autonomia, inclusão e qualidade de vida com suporte profissional contínuo
Em funcionamento há quase oito anos, a residência terapêutica de Três Lagoas se consolidou como uma política pública essencial na promoção da saúde mental no município. Voltado a pessoas com transtornos mentais graves em processo de desinstitucionalização, o serviço oferece moradia assistida e acompanhamento terapêutico contínuo, com o objetivo de promover autonomia, reintegração social e melhoria na qualidade de vida dos moradores.
Classificada como uma Residência Terapêutica Tipo I, a unidade segue as diretrizes do Ministério da Saúde e comporta até oito usuários. Atualmente, vivem no local três homens e cinco mulheres, com idades entre 23 e 62 anos. Cada um deles recebe atendimento individualizado, respeitando suas necessidades e singularidades.
A proposta vai além do acolhimento. O espaço proporciona uma rotina estruturada, com acesso a atividades físicas orientadas por educadores, sessões de pilates, apoio psicológico contínuo e atendimentos de fisioterapia, tudo oferecido gratuitamente por meio de parcerias entre a prefeitura, universidades e profissionais da saúde pública.
O desenvolvimento da autonomia é um dos pilares da residência. Os moradores são incentivados a realizar tarefas cotidianas, a participar de decisões e a se envolver com a comunidade, como forma de reconstruir seus vínculos sociais e recuperar a autoestima. Para isso, contam também com o suporte do CAPS AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), que oferece oficinas e atividades integrativas.
A iniciativa reflete um compromisso com a humanização do cuidado e com a superação de modelos antigos e excludentes de internação. Em vez do isolamento, a residência terapêutica aposta na convivência, no afeto e no acompanhamento profissional para reconstruir trajetórias e garantir dignidade às pessoas com sofrimento psíquico.
A experiência de Três Lagoas é um exemplo de como políticas públicas bem estruturadas podem transformar realidades e oferecer novas possibilidades de vida a quem, por muito tempo, esteve à margem da sociedade.