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Três Lagoas
segunda-feira, 8 de dezembro, 2025

Coordenadora do ‘Consultório na Rua’ fala do atendimento realizado pelo serviço em Três Lagoas

Andreia Lima destacou também as parcerias, além dos desafios para a reinserção social dos usuários

No programa ‘A Hora da Notícia’ desta sexta-feira, 29, a coordenadora do Consultório na Rua, Andreia Lima, detalhou o trabalho essencial realizado pelo programa em prol da população em situação de rua em Três Lagoas. Uma parceria com a Casa de Recuperação Penial tem ampliado o alcance do atendimento, oferecendo suporte médico, psicológico e social a pessoas em processo de recuperação de dependência química.

Desde o ano passado, a equipe do Consultório na Rua atua dentro da Casa de Recuperação Penial, levando médicos, enfermeiros e psicólogos para atender os acolhidos. “A procura pela casa aumentou após nossa entrada, porque as pessoas entenderam que agora há um suporte completo, com uma equipe multidisciplinar”, afirmou Andreia. O atendimento abrange desde o manejo de crises de abstinência até o resgate de vínculos familiares, atendendo a um pedido de ajuda de quem busca sair das ruas. “Quando alguém pede para ir à casa, está gritando por socorro. Nossa presença reforça esse apoio”, destacou.

Andreia enfatizou que o maior obstáculo está na reinserção social pós-tratamento. “Não basta tratar a dependência. Sem moradia, emprego ou suporte contínuo, a pessoa pode voltar à situação de rua”, explicou. Ela relatou o caso de um paciente que, após tratar tuberculose e conseguir trabalho, sofreu uma recaída e retornou às ruas. “É desafiador. Lidamos com pessoas que, às vezes, convivem com a dependência desde os 12 anos, como um paciente de 45 anos que atendemos. Recaídas acontecem, e a equipe precisa estar preparada para não se frustrar.”

A coordenadora defende a ampliação de políticas públicas, como programas de moradia social e parcerias com empresas para cursos profissionalizantes. Embora iniciativas como as do Centro POP, CAPS e empresas como a Suzano existam, Andreia aponta a falta de programas federais focados na reinserção. “Temos histórias de sucesso, mas são poucas. As políticas precisam ser mais efetivas, com CAPS 24 horas e clínicas pactuadas”, sugeriu.

Outro ponto abordado foi o impacto da esmola. “Em Três Lagoas, temos uma rede robusta com o Consultório na Rua, o Centro POP e a Casa da Sopa, que oferecem alimentação, banho e assistência. Dar esmola pode alimentar a dependência química”, alertou Andreia. Ela incentiva a população a direcionar quem precisa para serviços especializados. “Antes, eu dava esmola por desconhecimento. Hoje, oriento a procurar o Centro POP. Nossa rede é forte, e a população está bem assistida.”

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