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Três Lagoas
domingo, 31 de agosto, 2025

Coordenadora do ‘Consultório na Rua’ fala do atendimento realizado pelo serviço em Três Lagoas

Andreia Lima destacou também as parcerias, além dos desafios para a reinserção social dos usuários

No programa ‘A Hora da Notícia’ desta sexta-feira, 29, a coordenadora do Consultório na Rua, Andreia Lima, detalhou o trabalho essencial realizado pelo programa em prol da população em situação de rua em Três Lagoas. Uma parceria com a Casa de Recuperação Penial tem ampliado o alcance do atendimento, oferecendo suporte médico, psicológico e social a pessoas em processo de recuperação de dependência química.

Desde o ano passado, a equipe do Consultório na Rua atua dentro da Casa de Recuperação Penial, levando médicos, enfermeiros e psicólogos para atender os acolhidos. “A procura pela casa aumentou após nossa entrada, porque as pessoas entenderam que agora há um suporte completo, com uma equipe multidisciplinar”, afirmou Andreia. O atendimento abrange desde o manejo de crises de abstinência até o resgate de vínculos familiares, atendendo a um pedido de ajuda de quem busca sair das ruas. “Quando alguém pede para ir à casa, está gritando por socorro. Nossa presença reforça esse apoio”, destacou.

Andreia enfatizou que o maior obstáculo está na reinserção social pós-tratamento. “Não basta tratar a dependência. Sem moradia, emprego ou suporte contínuo, a pessoa pode voltar à situação de rua”, explicou. Ela relatou o caso de um paciente que, após tratar tuberculose e conseguir trabalho, sofreu uma recaída e retornou às ruas. “É desafiador. Lidamos com pessoas que, às vezes, convivem com a dependência desde os 12 anos, como um paciente de 45 anos que atendemos. Recaídas acontecem, e a equipe precisa estar preparada para não se frustrar.”

A coordenadora defende a ampliação de políticas públicas, como programas de moradia social e parcerias com empresas para cursos profissionalizantes. Embora iniciativas como as do Centro POP, CAPS e empresas como a Suzano existam, Andreia aponta a falta de programas federais focados na reinserção. “Temos histórias de sucesso, mas são poucas. As políticas precisam ser mais efetivas, com CAPS 24 horas e clínicas pactuadas”, sugeriu.

Outro ponto abordado foi o impacto da esmola. “Em Três Lagoas, temos uma rede robusta com o Consultório na Rua, o Centro POP e a Casa da Sopa, que oferecem alimentação, banho e assistência. Dar esmola pode alimentar a dependência química”, alertou Andreia. Ela incentiva a população a direcionar quem precisa para serviços especializados. “Antes, eu dava esmola por desconhecimento. Hoje, oriento a procurar o Centro POP. Nossa rede é forte, e a população está bem assistida.”

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