Rosângela Dobbro reforçou que programa amplia acesso a especialistas, reduz filas e fortalece a atenção primária em todo o Estado.
Mato Grosso do Sul vem se destacando nacionalmente no uso da Telessaúde como ferramenta estratégica para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde, especialmente nas regiões mais distantes dos grandes centros. O tema foi detalhado durante entrevista concedida pela coordenadora de Telessaúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Rosângela Dobbro, ao Café da Manhã, da Caçula FM, nesta quarta-feira, 17.
Segundo Rosângela, a Telessaúde representa uma transformação importante na forma de cuidar da população, ao integrar o atendimento presencial com o uso de tecnologias de comunicação. “A população busca resolutividade. Muitas vezes, o médico da unidade básica precisa do apoio de um especialista que o município não possui, e é aí que a Telessaúde faz a diferença”, explicou.
Atualmente, o Estado oferece diversos serviços dentro do programa, como teleconsultorias e telediagnósticos. Entre os principais destaques está o Tele-ECG (telediagnóstico em cardiologia), considerado o “carro-chefe” da Telessaúde em Mato Grosso do Sul. O serviço permite que eletrocardiogramas realizados nas unidades de saúde sejam enviados para análise imediata por cardiologistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), funcionando 24 horas por dia.
De acordo com a coordenadora, cerca de 60 municípios já contam com o serviço implantado, e a meta é alcançar todos os 79 municípios do Estado, com mais de 130 pontos de atendimento. “O tempo é crucial na cardiologia. Muitas vezes, esse laudo rápido salva vidas, tanto na atenção primária quanto em hospitais que são porta de entrada do SUS”, destacou.
Além da cardiologia, o Estado também atua com telediagnóstico em dermatologia, oftalmologia e espirometria, além de investir fortemente em teleeducação para capacitação contínua dos profissionais de saúde. A Teledermatologia, por exemplo, contribui para a detecção precoce do câncer de pele, enquanto a teleoftalmologia auxilia na prevenção de doenças que podem levar à cegueira.
Rosângela reforçou que a Telessaúde não substitui o atendimento presencial, mas funciona como apoio fundamental para fortalecer a atenção primária. “O atendimento face a face é insubstituível em muitas situações, mas a tecnologia vem para somar, apoiar e reduzir filas, evitando deslocamentos desnecessários e garantindo mais agilidade no cuidado”, afirmou.
Para a população, o acesso aos serviços acontece por meio das Unidades Básicas de Saúde. É nelas que o cidadão deve buscar informações sobre exames e consultas realizadas via Telessaúde. A coordenadora também tranquilizou os usuários quanto à segurança das informações, ressaltando que as plataformas utilizadas seguem rigorosamente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Com investimentos em equipamentos, conectividade e capacitação profissional, Mato Grosso do Sul segue ampliando a saúde digital e fortalecendo o SUS. “A Telessaúde é um caminho sem volta. Ela melhora a qualidade da assistência, aproxima o especialista do paciente e impacta diretamente na redução de morbidade e mortalidade”, concluiu Rosângela.


