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Músico passa 7 anos em fila de espera para conseguir transplante de fígado: “hoje voltei a ser quem era”

27/09/2014 – Atualizado em 27/09/2014

No Dia Nacional de Doação de Órgãos, brasileiro conta sua luta à espera de um órgão

Por: R7

Um acidente de carro em 2004 mudou para sempre a vida de Paulo Cavalcante. O músico, de 58 anos, contraiu hepatite C após uma transfusão de sangue e precisou de um transplante de fígado.

— Eu jogava futebol, praticava artes marciais e vivia uma vida normal como qualquer jovem da minha época. Houve um acidente de automóvel, eu fui submetido a uma cirurgia, recebi uma doação de sangue e contrai o vírus da hepatite C. De lá pra cá eu sofri durante dez anos. Entrei na fila de transplante e de última hora, há mais ou menos quatro anos, eu recebi esse órgão.

Cavalcante esperou na fila de doações por sete anos até encontrar um doador compatível. Para ele, o principal obstáculo para a retirada de órgãos após a morte encefálica é a aceitação da família do doador.

— A família é o fator mais importante com relação a doação de órgãos. A família é que tem que ter uma consciência maior com reação à doação. Muitas vezes uma pessoas é doadora e a família não sabe. Não toma conhecimento disso.

De acordo com o Ministério da Saúde, 55,7% das famílias concordam em doar os órgãos no momento da morte dos parentes. Hoje, o músico leva uma vida normal. Ele defende maior debate sobre o tema e a divulgação de campanhas para estimular a doação.

— As famílias dos doadores precisam se conscientizar que a velocidade entre o falecimento do doador até o transporte do órgão tem que ser muito rápido. Esse processo que muitas vezes é dificultado. As empresas aéreas também tem que se empenhar mais com relação à esse tipo de transporte dos órgãos.

No ano passado, o Ministério da Saúde e as cinco maiores empresas aéreas do País assinaram um acordo para fazer o transporte de órgãos e tecidos em todo o território nacional. De acordo com o ministério, a quantidade de voos que transportam órgãos, equipes e insumos aumentou 136%. O número de viagens aumentou de 2.568, em 2012, para 6.064, em 2013. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 2.672 voos para transportar órgãos.

Paulo faz parte do universo de 11.782 pessoas que fizeram algum tipo de transplante de 2010 até o primeiro semestre deste ano. Neste sábado (27) é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos e a quantidade de transplantes tem aumentado ao longo dos anos. Mas os números ainda precisam melhorar muito para que outras pessoas tenham a mesma oportunidade de Cavalcante.

— A doação tem que ser uma coisa bem divulgada dentro da família. Hoje eu agradeço demais a família do meu doador. Hoje eu voltei a ser o que eu era. Hoje eu jogo futebol, praticou jiu-jitsu e tenho um fígado novo.

Doação de órgãos aumentou 90% em seis anos

O número de doadores efetivos de órgãos cresceu quase 90% em seis anos no Brasil, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 24, pelo Ministério da Saúde em evento de lançamento de uma campanha para incentivar a autorização da doação de órgãos de parentes que, em vida, manifestaram interesse de serem doadores. De acordo com o ministério, o número de doadores passou de 1.350 em 2008 para 2.562 em 2013, alta de 89,7%.

O Brasil está acima da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%) no número de autorização para a doação de órgãos. Por lei, no Brasil, o transplante só pode ser realizado com autorização da família do doador. Por isso, o objetivo da campanha é estimular o diálogo e aumentar a adesão das famílias à doação de órgãos.

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