Parceria entre a Secretaria de Saúde e a Polícia Militar oferece sessões terapêuticas com cavalos, promovendo avanços físicos, emocionais e sociais em crianças e jovens atendidos pelo SUS
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) tem intensificado iniciativas que unem inclusão e reabilitação por meio de parcerias estratégicas. Uma delas é o Programa de Equoterapia da Polícia Militar (PMMS), que oferece atendimento gratuito a crianças com deficiências físicas, intelectuais e transtornos do desenvolvimento.
Instalado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, o projeto proporciona ganhos significativos nas dimensões física, emocional e social dos praticantes, promovendo inclusão e qualidade de vida.
APOIO
O convênio entre a SES e a PMMS, firmado no início de 2024, destina R$ 1,13 milhão ao custeio de profissionais especializados. O investimento garante acompanhamento clínico e terapêutico dentro da estrutura do Centro de Equoterapia da PMMS, consolidando a atuação da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência.
Para Juliana Medeiros, gerente da Rede na SES, o programa representa um modelo eficaz de cuidado integrado. “A equoterapia promove ganhos expressivos na reabilitação global das pessoas com deficiência, ampliando possibilidades de autonomia, integração social e dignidade”, afirmou.
EQUIPE
O programa é coordenado pelo Capitão Lorensetti, da PMMS, e desenvolvido por uma equipe multidisciplinar que inclui fisioterapeutas, psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, profissionais de educação física, fonoaudiólogos e enfermeiros.
“O movimento tridimensional do cavalo estimula equilíbrio, postura, coordenação e concentração. É uma terapia que trabalha corpo, mente e vínculo afetivo, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como ferramenta eficaz de reabilitação”, explica o coordenador.
CAVALO
Segundo a psicóloga e pedagoga Lilian Martins, o cavalo funciona como um mediador natural de estímulos físicos e emocionais. O andar do animal simula o movimento humano, promovendo respostas neurológicas e musculares intensas.
“Em 30 minutos de sessão, o praticante realiza cerca de 9 mil ajustes musculares para manter o equilíbrio. Isso fortalece a musculatura, melhora o tônus e estimula a concentração”, afirma Lilian.
Cada sessão é personalizada, com escolha do cavalo, ritmo e foco terapêutico definidos de acordo com os objetivos clínicos. Além dos benefícios físicos, o vínculo afetivo e a autoestima também são fortalecidos.
HISTÓRIAS
Entre as histórias inspiradoras está a de Ana Vitória, de 20 anos, que tem paralisia cerebral e participa do projeto desde os dois anos de idade. Ela e sua mãe, Rosaine, viajam semanalmente de Chapadão do Sul até Campo Grande para as sessões.
“A evolução foi enorme, tanto física quanto emocional. O que o cavalo proporciona, nenhuma clínica reproduz. É um momento de liberdade e felicidade”, conta Rosaine.
Outro exemplo é Davi, de 8 anos, diagnosticado com autismo nível 3, epilepsia e TDAH. Após dois anos e meio no projeto, ele recuperou a fala, melhorou a coordenação e hoje participa até das Paralimpíadas internas. “Ele adora competir e se sente muito feliz”, diz a mãe, Daniele Barilli.
RESULTADOS
Fundado em 3 de setembro de 2002, o Centro de Equoterapia da PMMS é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos e referência no estado. Atualmente, atende cerca de 200 crianças, com previsão de alcançar 300 até 2026.
Os ganhos ultrapassam a reabilitação física. “A equoterapia transforma a forma como o praticante se relaciona com o próprio corpo, com os outros e com o mundo. Cada conquista é dividida entre a família, os terapeutas e o cavalo”, resume o Capitão Lorensetti.
Com informações Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul