Evento ministrado pela psicóloga Estela Xavier será promovido pelo projeto ‘Amigos do Desafio Jovem Peniel’ nesta sexta-feira, 21 às 19h, com entrada gratuíta.
Na noite desta sexta-feira, 21, o auditório do Hotel OT, em Três Lagoas, será palco de um importante debate sobre o papel da família na prevenção ao uso de drogas. A psicóloga Estela Xavier ministrará uma palestra, promovida pelos ‘Amigos do Desafio Jovem Peniel’, com apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Três Lagoas. O evento tem como objetivo orientar pais e responsáveis sobre estratégias para fortalecer os vínculos familiares e, assim, proteger crianças e adolescentes da iniciação no consumo de substâncias psicoativas.
Em entrevista ao programa A Hora da Notícia, da Caçula FM 96,9, a psicóloga destacou a preocupação com o aumento do acesso de adolescentes a drogas lícitas, como álcool e cigarros eletrônicos, além das ilicitas, como a maconha e a cocaína. “Sabemos que o acesso é cada vez mais fácil e, infelizmente, os jovens estão iniciando o consumo muito cedo. A prevenção precisa começar dentro de casa, com diálogo e presença ativa dos pais”, alertou.
Com 16 anos atuando como psicóloga clínica e mais de uma década trabalhando na recuperação de dependentes químicos, Estela Xavier enfatizou a necessidade de um olhar atento para os sinais que indicam o envolvimento
Durante a entrevista, a psicóloga ressaltou que um dos grandes desafios é a dificuldade dos pais em conversar sobre o tema com os filhos. “A comunicação se torna mais difícil na adolescência porque, muitas vezes, ela não foi estabelecida na infância. O ideal é que, desde cedo, a criança tenha informações claras sobre o que são as drogas e os impactos que elas podem causar. E um fator determinante é o exemplo dos pais. Não adianta dizer que o filho não pode beber, mas consumir álcool regularmente em casa”, explicou.
Outro ponto abordado foi a influência dos grupos sociais e a necessidade de pertencimento dos jovens. “O adolescente busca acessível. Se ele não se sente valorizado na família, pode encontrar esse reconhecimento no grupo de amigos, onde muitas vezes a experimentação de drogas é vista como um rito de passagem”, disse Estela.
Além da prevenção, um especialista também falou sobre a realidade de adultos que tentam abandonar o vício, mas enfrentam recaídas. “O cérebro cria uma dependência química e emocional das substâncias. Uma pessoa pode até ficar abstinente por um tempo, mas, sem acompanhamento psicológico e apoio familiar, qualquer frustração pode levá-la de volta ao consumo”, relatou.
Ela relatou a história de um ex-paciente que, apesar de ter tido um bom sucesso financeiro e profissional, teve sua vida ruir devido à dependência química. “Ele começou a usar cocaína esporadicamente, mas, após o término de um relacionamento, passou a consumir diariamente. Em poucos anos, perdeu mais de R$ 2 milhões, vendeu todos os bens e precisou recorrer a um CAPS. Infelizmente, descobri que depois ele foi preso e sua vida desmoronou”, contou.