Policial – 11/12/2012 – 17:12
O motorista que atropelou mãe e filha na calçada do aeroporto de Congonhas no último sábado foi solto no começo da noite desta segunda-feira (10) após pagar fiança de R$ 12.440. O valor foi arrecadado por familiares do rapaz. Uma das vítimas morreu.
Wagner Alves Alvarenga, 23, deixou o CDP (Centro de Detenção Provisória de Pinheiros), zona oeste de São Paulo, por volta das 19h, segundo informou o advogado, Hednilson Fitipaldi.
A cuidadora de idosos Clarice da Costa, 56, e a filha Camila Ariele Turolla, 27, estavam na calçada quando foram atingidas pelo Honda prata dirigido por Alvarenga. O veículo estava em alta velocidade.
Elas iriam pegar o voo para a cidade de Florianópolis, em Santa Catarina.
Clarice foi atendida pela equipe médica do aeroporto de Congonhas. Os paramédicos tentaram reanimá-la após uma parada cardíaca. Em estado grave, ela foi encaminhada para o pronto-socorro do Hospital Saboya, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com delegada Fernanda Herbella, Alvarenga fez o teste do bafômetro que mostrou vestígios de bebida alcoólica. A porcentagem de álcool no sangue do motorista era de 0,28 mg por litro de sangue. Índices superiores a 0,13 mg são considerados infração –Wagner foi multado pela PM por dirigir após ter bebido. Já acima de 0,34 mg podem acarretar detenção de seis meses a três anos.
Em depoimento, o jovem admitiu que havia bebido durante a noite, em uma festa de confraternização de fim de ano. Ele disse que após deixar a festa, parou no parque do Ibirapuera com um amigo e dormiu no carro para descansar e poder voltar para casa.
No caminho de volta, Alvarenga diz que se perdeu na avenida 23 de Maio e resolveu entrar no aeroporto para fazer o retorno. O jovem afirma ainda que pegou no sono neste momento e só recuperou a consciência após a batida.
Temor
A família de Clarice disse temer que o jovem não seja punido. “Temos medo de que acabe tudo em pizza. A minha tia não é a primeira nem vai ser a última vítima desses assassinos, bêbados inconsequentes, que não medem os atos que têm”, disse a sobrinha da vítima, Amanda Cristiane dos Santos, 25.
Camila, que estava ao lado da mãe e também foi atingida, continua internada em São Paulo em estado grave, mas estável e consciente, segundo sua prima. Amanda disse que Camila ainda não sabe que a mãe morreu no acidente.
A jovem, que está desempregada, teve as duas pernas quebradas e deve operar um dos joelhos. Ela também teve uma costela trincada, quebrou um dente e levou sete pontos na cabeça e cinco na boca, ainda segundo a prima.
Fonte: Folha de São Paulo / Alex Falcão/Futura Press