Geral – 12/11/2012 – 08:11
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional que investiga a violência contra a mulher em todo o Brasil realizará nesta segunda e terça-feira diligências e audiência pública em Campo Grande.
Na segunda-feira, os membros da CPMI farão diligências em órgãos de atendimento à mulher em situação de violência e uma reunião com o movimento de mulheres do Estado. Na terça-feira, as 14h, acontece , na Assembléia Legislativa, uma audiência pública para ouvir gestores públicos, representantes do Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, movimentos sociais e sociedade civil organizada. Antes das audiência, as 13h, será realizada entrevista coletiva também na Assembleia Legislativa.
Em funcionamento no Congresso Nacional desde fevereiro, a Comissão investiga a situação da violência contra a mulher no Brasil e apura denúncias de omissão do poder público. A CPMI é presidida pela deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), tem em sua relatoria a senadora Ana Rita (PT-ES) e na vice-presidência, a deputada Keiko Ota (PSB-SP).
De acordo com o Mapa da Violência 2012, do Ministério da Justiça, Mato Grosso do Sul ocupa o 5º lugar entre os estados do País em assassinatos de mulheres, com seis homicídios para grupo de 100 mil mulheres, acima da média nacional, que é de 4,4. O primeiro colocado é o estado do Espírito Santo (9,4), o segundo Alagoas (8,3) . O Paraná aparece na terceira colocação (6,3).
Ponta Porã é a cidade mais violenta do estado e ocupa a 10ª colocação entre as 100 mais violentas do Brasil. A taxa de homicídios lá é de 17,8 assassinatos para grupo de 100 mil mulheres, número muito acima da média nacional, de 4,4. Ponta Porá supera as capitais mais violentas do Brasil, como Porto Velho, Rio Branco e Manaus, que têm índices acima dos 10 homicídios em cada 100 mil habitantes. Campo Grande, possui taxa de homicídios de 3,3 para grupo de 100 mil mulheres e ocupa a 24ª colocação entre as capitais.
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que a violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres de 15 a 44 anos no mundo. Segundo a relatora da CPMI, senadora Ana Rita, o Brasil é o 7º país que mais mata mulheres no mundo.
“Nos últimos 30 anos foram assassinadas mais de 92 mil mulheres, 43,7 mil só na última década”, afirma Ana Rita. “O lar, doce lar não é mais seguro: 68,8% dos homicídios ocorrem dentro de casa e são praticados pelos cônjuges”, revela a senadora.
Roteiro
Em seu plano de trabalho a comissão previu visitas aos Estados mais violentos do Brasil para as mulheres, além dos quatro mais populosos do país. A CPMI já esteve no Distrito Federal e em 12 estados: Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Alagoas, Paraná, São Paulo, Bahia, Paraíba , Goiás e Rio de Janeiro. A próxima audiência e diligência será nos dias 22 e 23 de novembro em Manaus, Amazonas.
Mais Informações:
Imprensa do Mandato da Senadora Ana Rita (PT-ES)
Michelle Araujo – (61) 3303-1129 e 8191-8566
Adriana Miranda – (61) 8593-5569
Fonte: Carlos Eduardo Bortoloto