Economia – 20/05/2013 – 12:05
Pão, salsicha, catchup, mostarda, molho barbecue, cheddar e um cafezinho de brinde. O conjunto de ingredientes, aparentemente trivial, garante ao vendedor de cachorro-quente Enéas Gonçalves Dias, de 49 anos, um faturamento anual de R$ 108 mil.
Técnico em mecânica, Enéas, como é conhecido pelos clientes, abriu mão da profissão há 23 anos para comandar um carrinho de cachorro-quente em frente à Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, ABC Paulista.
“Meu pai vendia pipoca em frente à faculdade e eu o acompanhava desde os dez anos. Na década de 1990, ele decidiu me dar um carrinho de hot-dog para eu tocar a vida sozinho. Ele disse: ‘você vai brilhar na vida’”, recorda o vendedor.
Patrícia Basilio/iG
Enéas Gonçalves Dias no carrinho de cachorro-quente com sua funcionária Priscila Cardoso da Silva
Com um público variado, entre professores, universitários, crianças e trabalhadores da região do bairro Rudge Ramos, Enéas trabalha das 9h às 22h, de segunda a sexta-feira. Dentro desse período, vende, pelo menos, 150 cachorros-quentes por dia a R$ 3 cada. Além disso, há uma receita adicional com bebidas e festas que ele prefere não detalhar.
O sucesso do carrinho, conta ele, já rendeu até um convite da própria universidade. “Fui chamado para abrir uma loja dentro da praça de alimentação, mas não aceitei porque aqui tenho acesso ao público da rua. Lá dentro, além de pagar um aluguel alto, só poderia servir os alunos”, justifica.
Com o dinheiro que poupou ao longo da carreira, Eneás está em busca de um ponto comercial para abrir sua primeira loja fixa: uma “hot-dogueria”.
O crescimento, contudo, não significa que ele vai deixar seu carrinho. “Vou continuar vendendo cachorro-quente na rua porque aqui é a minha raiz e raiz a gente não deixa”, defende ele, bastante orgulhoso.
Fonte: IG