Pfizer e BioNTech são as primeiras fabricantes de medicamentos a apresentar dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em grande escala de uma vacina contra o novo coronavírus
10/11/2020 07h35
Por: Marcela Damore
ESTADOS UNIDOS – A Pfizer anunciou nesta segunda (9) que sua vacina experimental contra a Covid-19 mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença com base em dados iniciais de um estudo amplo.
Esta eficácia de proteção ao vírus SARS-CoV-2 foi alcançada sete dias depois da segunda dose da vacina e 28 dias após a primeira, informou o grupo americano em um comunicado conjunto com a empresa alemã BioNTech.
As empresas são as primeiras fabricantes de medicamentos a apresentar dados bem-sucedidos de um ensaio clínico em grande escala de uma vacina contra o novo coronavírus, que já matou mais de 1 milhão de pessoas ao redor do mundo.
Elas informaram que até agora não encontraram nenhuma preocupação séria com a segurança e esperam buscar autorização para uso de emergência nos Estados Unidos ainda este mês. O país é o mais afetado pela pandemia, com 9,9 milhões de casos e mais de 237 mil mortes registradas, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.
Caso haja autorização, o número de doses da vacina será inicialmente limitado. Muitas questões também permanecem em aberto, incluindo por quanto tempo a vacina fornecerá proteção. A notícia, no entanto, dá esperança de que outras vacinas em desenvolvimento também possam ser eficazes.
Os dados ainda não foram revisados por pares ou publicados em um jornal médico. A Pfizer disse que fará isso assim que tivesse os resultados de todo o estudo.
Autorização para uso emergencial
A Pfizer espera obter uma autorização ampla dos Estados Unidos para o uso emergencial da vacina em pessoas de 16 a 85 anos. Para isso, precisará de dois meses de dados de segurança de cerca de metade dos 44 mil participantes de seu estudo, que deve ocorrer no final deste mês.
O imunizante é um dos quatro que estão sendo testados no Brasil em fase 3. Chamada BNT162b2, a vacina usa ácido ribonucleico, um mensageiro químico que contém instruções para a fabricação de proteínas.
Quando injetado em humanos, o BNT162b2 instrui as células a fabricarem proteínas que imitam a superfície exterior do novo coronavírus, que o corpo reconhece como um invasor, preparando uma reação imunológica.
Pfizer e BioNTech têm um contrato de US$ 1,95 bilhão com o governo dos EUA para entregar 100 milhões de doses de vacinas a partir deste ano. Eles também fecharam acordos de fornecimento com a União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão.
Para poupar tempo, as empresas começaram a fabricar a vacina antes mesmo de saberem se ela será eficiente. Agora elas esperam produzir até 50 milhões de doses, ou o suficiente para proteger 25 milhões de pessoas ainda em 2020.
A Pfizer disse que espera produzir até 1,3 bilhão de doses da vacina em 2021.
Informações do Uol.
