Geral – 13/03/2012 – 07:03
Força de pacificação descobriu por acaso o equipamento em poste na Vila Cruzeiro
Para escapar do patrulhamento feito pelos militares da Força de Pacificação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, os traficantes que ainda insistem em permanecer na região apostaram na criatividade. O Exército descobriu, na última sexta-feira (9), um sistema de monitoramento feito por campainhas para alertar os criminosos sobre a aproximação das tropas.
Na sexta-feira e no sábado (10), os militares apreenderam interruptores, campainhas e cerca 600 metros de fios, que eram usados em diferentes becos da Vila Cruzeiro, como conta o coronel Fernando Fantazzini, relações-públicas da Força de pacificação:
- Percebemos uma pessoa tocando em alguma coisa no poste. Quando nos aproximamos, o suspeito fugiu. Encontramos o interruptor no poste e seguimos 300 m de fios até encontrar a campainha. Vimos, então, que era um dispositivo criado pelo tráfico para escapar da nossa repressão. Eles percebem a nossa presença a 300 m e têm tempo de escapar.
Esse sistema substitui o ruído de morteiros, antes usados como alerta, e não pode ser monitorado como os rádios-transmissores. Já que é um barulho comum, como a campainha de uma casa, acaba não chamando a atenção.
O oficial explicou ainda que, além dos sinais sonoros, há também um sistema de luzes usado à noite pelos traficantes.
- Nos becos em que a gente incursiona, percebemos que as luzes dos postes ficam piscando, de acordo com a aproximação dos militares. Vistoriamos os postes, mas não conseguimos encontrar o dispositivo. Acreditamos que algumas pessoas avisem os traficantes de dentro de suas casas e façam as luzes piscarem.
Além do material apreendido nos postes, os militares também recolheram nove morteiros e bombas de fabricação artesanal, sábado, na Vila Cruzeiro. Uma das bombas tinha bolas de gude e lâminas de barbear junto com pólvora para que, durante a explosão, provocasse ferimentos graves.
Fonte: R7 / Marcelo Bastos/R7