24/05/2014 – Atualizado em 24/05/2014
Decisão do governador ocorre em meio a intenso debate sobre pena de morte
Por: VEJA
O governador do Tennessee, Bill Haslam, assinou uma lei que reintroduz o uso da cadeira elétrica para os condenados à morte no caso de escassez de substâncias para a aplicação de injeções letais. Outros oito Estados americanos permitem que o condenado opte entre a injeção letal e a cadeira elétrica.
A decisão do republicano ocorre em um momento de grande debate sobre a pena de morte nos Estados Unidos, alimentado por execuções que apresentaram falhas. No final de abril, em Oklahoma, o condenado por estupro e assassinato Clayton Lockett demorou 43 minutos para morrer. As autoridades usaram uma nova fórmula no procedimento. Com as drogas tradicionais, a execução não demorava mais do que dez minutos e o prisioneiro permanecia inconsciente.
Em outro desdobramento do debate, nesta semana a Suprema Corte dos EUA suspendeu a execução de Russell Bucklew, condenado por assassinato e sequestro no Missouri, depois de seus advogados afirmarem que um problema de saúde do condenado causaria problemas na aplicação da injeção e acabaria por provocar uma longa agonia.
Em 2014, os EUA executaram vinte prisioneiros. Em todos os casos o método usado foi a injeção letal, segundo a ONG Death Penalty Information Center. A pena de morte existe em 32 dos 50 Estados americanos e mais de 3.000 condenados aguardam execução.
Histórico – A escassez dos fármacos empregados na injeção letal remonta a 2011. À época, a empresa americana Hospira deixou de fabricar um dos componentes da injeção. Depois, a Comissão Europeia proibiu a exportação de produtos que poderiam ser usados em execuções, em uma tentativa por ‘acabar com a tortura e a pena de morte’ no mundo.
Com a redução das possibilidades, os Estados se viram obrigados a testar novas fórmulas, a recorrer a farmácias de manipulação ou a métodos antigos, como agora faz o Tennessee.
O uso da cadeira elétrica já era legal no Estado, mas apenas para os condenados à morte antes de 1999. A eles era dada a opção de escolher entre a cadeira ou injeção letal. O último prisioneiro executado por esse método no Tennessee foi Daryl Holton , em 2007. Ele havia sido condenado pelo assassinato de suas três filhas e de uma meia-irmã delas. As meninas tinham entre 4 e 12 anos. Em todo o país, o último a ser executado em uma cadeira elétrica foi Robert Gleason, em janeiro de 2013 na Virgínia.
