Nova tecnologia substitui o papanicolau em estados-piloto e promete mais eficácia e alcance nacional até 2026
A partir desta sexta-feira (15), o Sistema Único de Saúde (SUS) passa a oferecer o teste de biologia molecular DNA-HPV como método principal para o rastreamento do câncer do colo do útero. A nova tecnologia detecta 14 tipos de papilomavírus humano (HPV) e permite identificar a presença do vírus mesmo antes de lesões ou sinais da doença, inclusive em mulheres assintomáticas.
Segundo o Ministério da Saúde, o exame tem maior sensibilidade que o tradicional papanicolau e permite ampliar o intervalo entre os rastreamentos para até cinco anos em casos negativos, o que reduz custos e evita exames desnecessários. A tecnologia também facilita o rastreamento em regiões remotas, contribuindo para maior equidade no acesso à saúde.
Produzido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz, o teste substitui o papanicolau na triagem inicial, que passará a ser usado apenas como exame complementar em casos positivos. A coleta segue o mesmo procedimento: secreção do colo do útero, mas agora enviada em tubo com líquido conservante para análise laboratorial do DNA viral.
A implementação começa em 12 estados e no Distrito Federal, com um município piloto em cada local. São eles: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e DF. A escolha levou em conta a estrutura já existente para exames complementares, como colposcopia e biópsia. A previsão é de que o novo modelo seja expandido para todo o país até dezembro de 2026, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos por ano.
Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como padrão ouro para detecção precoce do câncer do colo do útero, o teste faz parte da estratégia global para eliminação da doença como problema de saúde pública até 2030.
O câncer do colo do útero é o terceiro mais comum entre mulheres no Brasil, com cerca de 17 mil novos casos estimados por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença ainda é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Nordeste, com média de 20 óbitos por dia em todo o país.
Para o Ministério da Saúde, a incorporação do teste representa um marco na política pública de saúde da mulher no Brasil.
Com informações Agência Brasil