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Senai vai entregar certificados a 21 indígenas formados

Educação – 25/04/2013 – 10:04

Os alunos fizeram os cursos de padeiro, pedreiro e costureiro industrial oferecidos no âmbito do Pronatec Indígena em Sidrolândia

No âmbito do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) Indígena, o Senai entrega, nesta segunda-feira (29/04), às 19 horas, na Câmara Municipal de Sidrolândia, os certificados para 21 índios das aldeias Córrego do Meio, Lagoinha e Tereré formados nos cursos de padeiro, pedreiro e costureiro industrial realizados na Agência de Formação Profissional da entidade no município. Trata-se da primeira turma de indígenas do Brasil a participar de cursos de capacitação profissional do Senai oferecido no Programa e que foram criados especificamente para atender as peculiaridades dos índios.

Em Mato Grosso do Sul, as lideranças das aldeias reivindicaram turmas exclusivas para índios e Sidrolândia serviu como experiência piloto do Pronatec Indígena, que integra ainda o Pronatec Brasil Sem Miséria, uma parceria dos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e da Educação (MEC). Com a 2ª maior população indígena do País, tendo mais 15 mil famílias distribuídas em 73 aldeias e alguns acampamentos, o Estado terá outras turmas destinadas exclusivamente a indígenas nos municípios de Amambai, Caarapó, Miranda e Aquidauana.

Segundo o diretor-regional do Senai, Jesner Escandolhero, a entidade tem feito um esforço para capacitar professores para lidar com as peculiaridades da população indígena. “O Senai já teve experiências anteriores bem-sucedidas com populações indígenas, mas cada etnia guarda particularidades e algumas estão participando dos cursos pela primeira vez nas turmas piloto. Isso tudo foi registrado e agora será discutido com o corpo técnico para que os próximos cursos sejam ainda melhores”, disse.

“O Brasil Sem Miséria está levando os cursos do Pronatec para públicos que antes não tinham acesso a eles. Houve uma mudança de cultura na relação entre as instituições ofertantes e o público do Brasil Sem Miséria, na forma de acolhimento e na relação cotidiana entre alunos e professores, respeitando as peculiaridades dessa população e mantendo a qualidade dos cursos”, assinalou o diretor de inclusão produtiva do MDS, Luiz Müller. Já a secretária estadual de Trabalho e Assistência Social, Tania Mara Garib, reforça que, a partir da experiência de Sidrolândia, o Governo vai levar os cursos do Pronatec Indígenas a outras aldeias. “Nosso desafio é descobrir a vocação de cada comunidade e oferecer cursos que atendam ao perfil local”, pontuou. 

Os cursos

De acordo com o gerente da FatecSenai Campo Grande, Artur Quintella, responsável pela Agência de Formação Profissional do Senai em Sidrolândia, a realização desses cursos proporcionou integração dos indígenas do município ao mercado de trabalho local. “Foi uma oportunidade de proporcionar para esse novo público um curso com direcionamento específico. Notamos que os concluintes se beneficiaram não somente do aprendizado, mas também já estão desenvolvendo, no caso do curso de padeiros, atividades de produção dos produtos e gerando renda”, destacou.

Ele informa ainda que, do total de 21 concluintes, 8 alunos receberão o certificado do curso de pedreiro, 8 alunos do curso de panificação e confeitaria e 5 alunos do curso de costura industrial. Para o cacique da aldeia Córrego do Meio, Antônio Aparecido Jorge, a possibilidade de obter conhecimento com os cursos do Senai desenvolveu o crescimento profissional dos moradores da sociedade indígena de Sidrolândia. “É uma inovação sermos contemplados com essa qualificação, ainda mais de forma gratuita”, declarou.

O índio Semir Antônio, 35 anos, concluinte do curso de pedreiro, conta que já atua na construção civil. “O curso serviu para me aperfeiçoar”, afirmou. Já índia Marlene Gabriel Lourenço, 45 anos, aluna do curso de costura industrial, quer garantir mais uma renda para sua família. “Com o curso, posso desenvolver o trabalho em casa e ter renda própria”, falou. A índia Sandra Maria Clementino, 39 anos, e seu marido, Gideone Clementino, 37 anos, já estão prontos para entrar no mercado de trabalho.

Ela formou-se na área de panificação, enquanto o marido fez o curso de pedreiro. “A gente viu nesses cursos uma grande saída para nós”, disse Sandra Clementino. “Graças ao Senai e ao Pronatec, a nossa vida  mudou em pouco mais de três meses. Foi importante para que eu e as outras meninas da turma de panificação conseguíssemos vender produtos na aldeia e ter renda”, completou.

Fonte: Assessoria de Comunicação / Divulgação

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