Policial – 03/02/2012 – 11:02
Um grupo de 150 homens da Força Nacional de Segurança começa a patrulhar as ruas de Salvador nesta sexta-feira (3) para ajudar a conter a onda de onda de violência registrada na cidade após o início de uma greve de policiais militares. A paralisação, iniciada na terça-feira (1º), envolve cerca de 2 mil PMs ligados à Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra-BA) e conseguiu causar prejuízos à cidade apesar de o contigente de PMs e Bombeiros da Bahia ser de 32 mil homens.
A quinta-feira (2) foi tensa em Salvador. Atos de vandalismo e ameaças de arrastões levaram lojistas do centro da cidade a encerrar as atividades mais cedo. O trânsito em algumas das principais avenidas da cidade, como a Paralela – a mais movimentada de Salvador – e a Octávio Mangabeira, na orla da cidade, foi bloqueado, supostamente por policiais grevistas, no fim da tarde, causando congestionamentos por toda a capital baiana. Para realizar o bloqueio das vias, homens armados tomaram ônibus coletivos e os atravessaram nas pistas. Além disso, desde o início do movimento, cerca de 100 integrantes da associação estão acampados na entrada da Assembleia Legislativa.
O envio da Força Nacional de Segurança é uma das medidas tomada pelo governo de Jaques Wagner (PT) para retomar a normalidade no Estado. O governo não reconhece a Aspra como entidade de classe e continua dizendo que não vai negociar com os grevistas. Na manhã desta sexta-feira, o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, reforçou esta posição. “Não vamos negociar com quem quer criar clima de terror. Não podemos aceitar que policiais encapuzados e armados façam o que estão fazendo”, disse Barbosa segundo o jornal A Tarde, da Bahia. Barbosa prometeu “restabelecer a sensação de segurança o mais rápido possível” e deve se reunir nesta sexta com representantes de outras associações de PMs para discutir a greve.
Como conta o jornal Correio, também da Bahia, Wagner afirmou na quinta-feira que, se considerar necessário, vai “usar medidas enérgicas” para restaurar a segurança.
As outras associações de classe ainda não aderiram à paralisação. Os filiados à Aspra decidiram entrar em greve para cobrar do governo a incorporação de gratificações aos salários, além de regulamentação para o pagamento de adicionais, como de periculosidade e acidente.
O juiz da 6ª Vara da Fazenda Pública, Ruy Eduardo Almeida Brito, considerou ilegal o movimento grevista e determinou o fim da paralisação. O procurador-geral do Estado, Ruy Moraes, disse que, se a Aspra não suspender o movimento, será cobrada multa de R$ 80 mil por dia de paralisação. A decisão judicial está em vigor e foi comunicada na quinta-feira à Aspra, que deve recorrer.
Fonte: Época