Alto número de condutores irregulares reforça debate sobre mudanças nas regras para obtenção da carteira de habilitação
As rodovias de Mato Grosso do Sul registraram, em 2025, mais de 14,5 mil condutores flagrados dirigindo sem Carteira Nacional de Habilitação. Os dados são do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) e acendem um alerta para a segurança viária no Estado, além de reforçarem o debate nacional sobre o alto custo e a burocracia para obtenção do documento.
Levantamento da Gerência Especial de Fiscalização e Patrulhamento Viário aponta que, ao longo do ano, cerca de 41 mil veículos foram abordados em operações de fiscalização. No mesmo período, mais de 40 mil testes do bafômetro foram realizados nas rodovias sul-mato-grossenses.
Entre as infrações mais recorrentes e que mais preocupam as autoridades estão o uso do celular ao volante, ultrapassagens em faixa contínua e o transporte irregular de crianças, em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro. A condução de veículos por pessoas sem habilitação permanece entre os principais fatores de risco identificados nas fiscalizações.
O Detran-MS atua com quatro unidades operacionais distribuídas em Campo Grande, Dourados, Aquidauana e Naviraí. Segundo o gerente de Fiscalização e Patrulhamento Viário, Ruben Ajala, o balanço do ano é positivo, com ampliação da presença do órgão nas rodovias e previsão de abertura de uma nova unidade em Nova Andradina em 2026. A prioridade, segundo ele, é reforçar ações de educação e fiscalização para reduzir acidentes e preservar vidas.
Dados históricos do órgão mostram que, de 2021 até agora, foram identificados 68.882 motoristas dirigindo sem CNH em Mato Grosso do Sul, sendo 23.201 apenas em Campo Grande. Em 2025, até poucos dias do fim do ano, já haviam sido registrados 15.893 condutores irregulares, número próximo ao observado em 2024.
O elevado número de motoristas sem habilitação é uma das justificativas do governo federal para promover mudanças nas regras de obtenção da CNH. As novas medidas buscam tornar o processo mais acessível, com redução significativa de custos, incluindo o fim da obrigatoriedade de autoescola, aulas teóricas gratuitas e diminuição da carga horária prática exigida.
Outra alteração anunciada é a isenção de taxas de renovação da CNH para motoristas que não cometem infrações, o que representa economia de até R$ 576 em Mato Grosso do Sul, dependendo da categoria. Para o diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade, as mudanças devem ter impacto positivo, especialmente entre motociclistas, grupo que concentra grande parte das vítimas fatais em acidentes e que, muitas vezes, não possui habilitação.
Desde a publicação das novas regras, o Estado já contabiliza mais de 21 mil requerimentos pelo aplicativo CNH do Brasil, com predominância para as categorias A e B. O primeiro motorista habilitado dentro do novo modelo em Mato Grosso do Sul foi registrado ainda neste mês, sinalizando o início de uma nova fase no acesso à carteira de habilitação.
com informações Correio do Estado


