Geral – 29/10/2012 – 15:10
Ricardo Lewandowski, ministro-revisor do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), foi hostilizado por eleitores ao deixar o local onde votou no domingo, a escola Mário de Andrade, no Brooklin, na zona sul de São Paulo. Questionado se percebia, nas ruas, um tratamento oposto ao recebido pelo ministro-relator do processo, Joaquim Barbosa, – que foi aplaudido no Rio, ao votar no primeiro turno, e que chegou a ganhar uma campanha virtual para virar presidente do Brasil em 2014 – Lewandowski disse que não. “Nunca vi isso.
Pelo contrário, só recebo cumprimentos. Muitas pessoas querem tirar foto comigo. Você vê aqui a tranquilidade”, disse ele. No entanto, enquanto ele terminava de falar, eleitores dispararam expressões como “que nojo” e “vergonha nacional” ao ministro. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Na escola onde votou, o ministro recebeu o apelido de “Liberandowski” de um mesário, que perguntou se ele já tinha dado “um abraço” em José Dirceu, um dos réus que absolveu no julgamento. Na votação do segundo turno, Lewandowski resolveu mudar e entrar pela porta da frente da escola, na primeira parte das eleições, ele havia optado pela entrada dos fundos.
“Entrei na fila como um cidadão comum, pela porta da frente”, afirmou. Para diminuir os riscos de tumultos, o juiz Alexandre David Malfatti, responsável pela zona onde vota o ministro, determinou a retirada de três repórteres do colégio estadual, com uso da polícia. Na saída, o ministro defendeu seu papel no mensalão. “O revisor apresentou um contraponto, muita gente foi absolvida. É como quando alguém tem um problema de saúde sério, vai ao médico e depois pede uma segunda opinião.” Sobre a divergência de sua visão com a de outros ministros (vem sendo voto vencido quase sempre), questionou: “Doze absolvições é pouco?”.
Fonte: Terra


