03/05/2014 – Atualizado em 03/05/2014
Por: Folha Press
A ONG Human Rights Foundation anunciou hoje os ganhadores do Prêmio Václav Havel de Dissidência Criativa. Entre os premiados, está a banda punk russa Pussy Riot, que chamou atenção nos últimos anos por suas manifestações contra o governo de Vladimir Putin.
Os outros premiados foram o artista turco Erdem Gunduz, importante símbolo do movimento de oposição ao primeiro-ministro Tayyip Erdogan nos protestos de 2013, e o diretor tibetano Dhondup Wangchen, preso por subversão pelo governo chinês por seu documentário “Leaving Fear Behind”.
O grupo punk Pussy Riot, que se define como coletivo feminino separatista, atraiu as atenções do mundo ao realizar protestos chamativos defendendo uma Rússia sem Putin, o que para o grupo é sinônimo de liberdade para o país.
Segundo a Human Rights Foundation, “sua música e concertos espontâneos são uma forma de arte dissidente criada para apoiar liberdades individuais frente a um Estado russo crescentemente autoritário”. As manifestantes fazem performances de contestação em locais públicos para denunciar abusos do governo russo.
As representantes da banda na cerimônia serão Maria Alyokhina, que esteve presa durante 21 meses sob o regime de Putin, e sua colega Nadezhda Tolokonnikova.
As duas foram aprisionadas em março de 2012, sob acusações de vandalismo e ódio religioso, após fazerem uma “oração punk” contra Putin numa catedral ortodoxa de Moscou.
Apesar de terem sido condenadas a dois anos de prisão, acabaram soltas em dezembro de 2013, quando o país anistiou mais de 20 mil presos políticos.
O prêmio Václav Havel é oferecido pela organização de direitos humanos desde 2012 e objetiva “celebrar aqueles que, com coragem e inventividade, desmascaram as mentiras de ditaduras por meio de uma vida na verdade”. Os vencedores recebem um prêmio no formato da estátua da “Deusa da Democracia”, ícone erguido durante os protestos na China em 1989, e uma somatória de dinheiro equivalente a 58 mil dólares.
A cerimônia de entrega será dia 14 de maio, durante o Oslo Freedom Forum, na Noruega.