Período será baseado no Código de Defesa do Consumidor
24/12/2018 10h06
Por: Deyvid Santos
Um projeto de lei apresentado esta semana para Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC), da Câmara dos Deputados, quer ampliar o tempo de garantia legal para produtos e serviços.
A ideia é que o prazo seja contado ao fim do prazo de garantia contratual (firmada no momento de aquisição do bem ou serviço), nos casos em que o cliente optar por essa cobertura complementar.
Atualmente, o CDC estabelece prazo de 30 dias para o consumidor reclamar por problemas aparentes em serviços e produtos não duráveis e 90 dias para os duráveis.
Esse é o período da garantia legal, obrigatória, a ser concedida pelo fornecedor. Chamado de prazo decadencial, começa a ser contado a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço.
A questão trazida pelo PLS 90/2012, de autoria do senador Eduardo Amorim (PSDB-SE), é a compatibilização entre os prazos da garantia legal e da garantia contratual.
Como o CDC é omisso quanto a essa contagem, o projeto pretende suprir essa lacuna ao determinar que o prazo de garantia legal deverá ser contado a partir do término da garantia contratual, quando essa tiver sido adquirida pelo cliente.
“Diversamente do que ocorre com a garantia legal contra vícios de adequação, a legislação não estabelece critério para o consumidor reclamar a garantia contratual, gerando inúmeros conflitos na relação de consumo”, observa Amorim na justificação do projeto.
Ao analisar o assunto, o relator, senador Dário Berger (MDB-SC), comentou que a intenção do PLS 90/2012 é apenas transpor para a lei a interpretação já consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). No entendimento dessa Corte, o prazo decadencial não corre durante o prazo de garantia contratual.
“Em outras palavras, o início da contagem do prazo de decadência para a reclamação de vícios de fácil constatação do produto se dá após o encerramento da garantia contratual”, sintetiza Berger no parecer.
Emenda
O PLS 90/2012 recebeu apenas uma emenda, apresentada pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Berger acatou a alteração proposta por Flexa no momento da discussão do projeto, instantes antes de sua votação.
Flexa considerou a emenda importante por explicitar, segundo ele, que havendo garantia contratual, seu prazo incorpora-se para todos os efeitos aos prazos decadenciais previstos no art. 26 doCDC.
Se não houver recurso para votação pelo Plenário do Senado, o PLS 90/2012 será enviado, em seguida, à Câmara dos Deputados.
Informações do site Correio do Estado