Operação flagrou condições degradantes, onde dois gerentes foram presos e vítimas encaminhadas para atendimento social
Na tarde da última terça-feira, 19, a Polícia Civil de Brasilândia (MS), a 68 km de Três Lagoas, desarticulou um esquema de exploração de mão de obra análoga à escravidão em uma fazenda pertencente a um grupo agropecuário milionário. A operação resultou no resgate de seis trabalhadores mantidos em condições degradantes e na prisão em flagrante de dois gerentes da propriedade. Duas caminhonetes também foram apreendidas no local.
Segundo as investigações, pessoas em situação de vulnerabilidade eram recrutadas e submetidas a jornadas exaustivas, de segunda a sábado, ultrapassando nove horas diárias. Além disso, os salários sofriam descontos indevidos para a compra de produtos básicos de higiene e alimentação.









No momento da chegada da polícia, os trabalhadores estavam alojados em condições precárias: alguns em currais e depósitos sem acesso a saneamento, assistência médica ou transporte adequado. Havia relatos de que caminhavam quilômetros em busca de atendimento de saúde e dormiam sem cobertores suficientes para enfrentar o frio.
Em uma tentativa de encobrir o crime, cinco trabalhadores foram retirados do local pouco antes da operação, mas acabaram localizados em uma praça pública de Brasilândia.
As provas coletadas, incluindo registros fotográficos, vídeos e laudos periciais, confirmaram a situação de exploração. Os dois gerentes foram presos e conduzidos à Justiça Federal, onde aguardam audiência de custódia. Já as vítimas receberam apoio imediato do CREAS, que providenciou abrigo e alimentação. A Polícia Civil informou que seguirá investigando para responsabilizar todos os envolvidos e identificar possíveis novas vítimas.