05/09/2016 – Atualizado em 05/09/2016
Por: Marcio Ribeiro com Bol
Um relatório da Polícia Federal levanta suspeitas sobre o volume de doações feitas pelas empresas responsáveis pela usina de Belo Monte ao PMDB, apontando indícios de que teriam sido pagas como propina a quatro senadores do partido.
No inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, a PF aponta que nas eleições de 2010, 2012 e 2014, o partido recebeu R$ 159,2 milhões das nove empresas que construíram a usina. Segundo apurou a Folha de S.Paulo, o jornal aponta ainda que a cifra é mais do que o dobro dos R$ 65 milhões recebidos pela campanha de Dilma Rousseff em 2014 pelas principais empresas investigadas na Lava Jato.
Entre as delações feitas durante a operação Lava Jato, Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, contou que o consórcio pagou 1% de propina sobre o valor contratado em Belo Monte.
Já o ex-senador Delcídio do Amaral disse que esquemas de desvio no ministério de Minas e Energia, chefiado na época por Edison Lobão sob indicação do PMDB, eram comandados por Jader Barbalho (PA), Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO), todos do PMDB.
O relatório conclui que as contribuições de campanha dos quatro senadores foram feitas pelo PMDB, e não pelas empresas. Além disso, levanta a suspeita de que as contribuições oficiais ao partido foram usadas como pagamento de propina.
Em resposta à Folha de S.Paulo, o partido e os senadores negaram qualquer irregularidade. Eles afirmaram que as doações estão de acordo com a lei e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
