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domingo, 16 de novembro, 2025

“Pandemia pode caminhar para o fim ainda no 1º semestre do ano”, diz Julio Croda

  • Pesquisador e professor da UFMS diz que COVID poderá ter caráter “endêmico”.

TRÊS LAGOAS (MS) – Referência quando o assunto é pandemia da COVID-19, o pesquisador da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Julio Croda acredita que o período pandêmico pode estar chegando ao fim.

Em entrevista ao O Globo, o infectologista e professor da UFMS explicou que ainda no primeiro semestre deste ano, a doença possa ter um caráter “endêmico”.

Croda avalia que a covid poderá ser registrada de tempos em tempos, mas com letalidade e incidência em menor escala, assim como ocorre em doenças como a gripe ou dengue. Segundo ele: “Eu diria que estamos caminhando para o fim da pandemia e vamos entrar numa fase endêmica, com períodos sazonais epidêmicos, como já acontece com a gripe e a dengue, por exemplo.”

Passar da pandemia para a endemia não significa que a gente não vai ter o impacto da covid-19 em termos de hospitalização e óbito. Significa que esse impacto vai ser menor a ponto de não ser necessário medidas restritivas tão radicais e eventualmente até a liberação do uso de máscaras, que é uma medida protetiva individual.

O infectologista diz que isso só é possível por conta do avanço da vacinação, que reduz os casos mais complexos da doença. “Isso se deve justamente pelo avanço da imunidade coletiva da população mundial. Estamos avançando muito mais às custas de vacinação do que da infecção. Ela foi a grande mudança de paradigma, que reduziu a letalidade da covid-19 de um número 20 vezes maior que o da influenza para duas vezes maior, nesse momento.

Segundo o pesquisador, o que define o fim da pandemia e o início da endemia da covid-19 seria a letalidade do vírus. “O grande marcador é a letalidade. Ou seja, quanto a covid mata. Esse vírus só vai matar menos se tiver alta cobertura vacinal. As pessoas que morrem, atualmente, fazem parte de três grupos: idosos muito extremos mesmo vacinados, pessoas com muita comorbidade e pessoas não vacinadas. À medida que avançamos na vacinação, a tendência é reduzir essa letalidade. Foi assim com a influenza H1N1, quando surgiu a pandemia em 2009. Partimos de uma letalidade de 6% e isso foi reduzido para 0,1%.”

Croda ressalta que cada local terá um tempo diferente para haver flexibilização. “Será diferente em cada região e cada país, pois depende da cobertura vacinal, da letalidade e da dinâmica da transmissão. Diversos países começarão, de alguma forma, a diminuir as medidas restritivas, cancelando a obrigatoriedade do uso de máscaras, de manter distanciamento, de evitar aglomeração.”

Isso já acontece na Europa. Depois da onda de Ômicron, todos os países flexibilizaram. Muitos deixaram de exigir o uso de máscara. Se não existem medidas restritivas, se a recomendação eventualmente seja a vacinação e doses de reforços anuais, não faz sentido eles continuarem mobilizados em uma resposta pandêmica, de emergência em saúde pública.”

No Brasil, diz ele, é possível que no primeiro semestre a situação se torne “mais favorável”, o que implicaria em “declarar que não estamos mais em emergência de saúde pública, por exemplo”.

Com informações do Campo Grande News

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