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sexta-feira, 29 de março, 2024

Trabalhadores denunciam condições análogas à escravidão, na obras do Hospital Regional de Três Lagoas (MS)

Em plena pandemia, dezenas de trabalhadores não recebm seus salários há 45 dias e estão dormindo aglomerados e no chão.

05/06/2020 12h37
Por: Julia Vasquez

TRÊS LAGOAS (MS) – Dezenas de trabalhadores da construção civil que trabalham há 45 dias sem receber os seus salários, nas obras do Hospital Regional denunciaram à Caçula FM, através do Programa Toninha Campos, na manhã desta sexta-feira (5) condições de trabalho análogas à escravidão.

Ao todo, são 13 trabalhadores alojados numa casa insalubre, com pontos de umidade nas paredes, alojamento este localizado nas proximidades do hospital.

A alimentação dos trabalhadores ficou acertada que seria de responsabilidade da empresa e o cardápio oferecido pela empreiteira é um tanto quanto incompatível para homens fortes que trabalham mais de dez horas diárias, “no pesado”.

Alimentam-se de cuscus, no café da manhã. Quem quiser pão, tem de comprar. Arroz, feijão e frango, no almoço e salsicha, no jantar. O cardápio é o mesmo, nestes 45 dias.

Todos os trabalhadores tem origem no Estado da Bahia e, vieram para Três Lagoas (MS) em busca de um trabalho e novas perspectivas de vida.

De acordo com os pedreiros e carpinteiros, eles confiaram nas promessas do proprietário da empreiteira. No primeiro contato para as tratativas de contrato de trabalho, o empresário fez o contato com os trabalhadores e ofertou as vagas de emprego com uma promessa de renda mensal, no valor aproximado de R$ 3,5 mil mensais.

Um deles questiona e relata: “Eu até briguei com a minha mãe para vir pra cá. E agora? Como vou voltar para casa? Derrotado?”, emociona-se um jovem carpinteiro de 23 anos.

No entanto, após 45 dias de trabalho árduo, tudo que podem receber é um salário médio de R$ 2,5 mil mensais, com horas extras incluídas, através de uma jornada de 10 horas. Porém, estes dias trabalhados (45 dias) ainda não foram pagos pelo empreiteiro, que a cada cobrança, dá respostas evasivas. “Ele só faz promessas”, afirmam os funcionários.

Outra queixa dos trabalhadores é quanto à alimentação, às condições do alojamento e a falta de uniformes e EPI’s.

Conforme o relato e verificado no local, ao todo, são 13 trabalhadores para 12 colchões, que dormem aglomerados e no chão de um alojamento insalubre. Para caber todos, dois trabalhadores dividem o mesmo colchão de solteiro.

Na casa não tem armários. Nem de cozinha, nem guarda-roupa. Os alimentos e as panelas são armazenados no chão.

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E os 12 trabalhadores, entre eles pedreiros, carpinteiros e ajudantes de obras, que trouxeram do nordeste brasileiro sonhos de uma vida mais digna e própera para Três Lagoas (MS), sequer esvaziaram as suas sacolas, pois é nas malas que ainda guardam as suas roupas e pertences, todos também no chão.

A reportagem da Caçula fez contato tanto com o Governo do Estado do Mato Grosso do Sul – gestor dos recursos públicos das obras do Hospital Regional – através do Programa Toninha Campos e a assessoria comprometeu-se em fazer contato com a empreteira e dar uma solução aos fatos ainda hoje (5).

O responsável pela empreteira não foi localizado.

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Em plena pandemia, dezenas de trabalhadores não recebm seus salários há 45 dias e estão dormindo aglomerados e no chão. Foto: Julia Vasquez/Rádio Caçula.

Na casa não tem armários. Nem de cozinha, nem guarda-roupa. Os alimentos e as panelas são armazenados  no chão. Foto: Julia Vasquez/Rádio Caçula.

Conforme o relato e verificado no local, ao todo, são 12 trabalhadores para 11 colchões, que dormem aglomerados e no chão de um alojamento insalubre. Foto: Julia Vasquez/Rádio Caçula

Sem armários, pertences ficam em sacolas e no chão. Foto: Julia Vasquez/Rádio Caçula.

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