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Mortes durante a ditadura militar vão ter reconstituição

Geral – 06/04/2013 – 10:04

A Comissão da Verdade vai reconstituir ao menos oito mortes de opositores da ditadura militar (1964-1985) para tentar desmontar versões de suicídio ou resistência armada divulgadas à época.

O objetivo é testar as explicações contidas nos laudos produzidos pelo regime com técnicas periciais atuais, que serão operadas por especialistas contratados pelo Comissão –grupo responsável por, até maio do ano que vem, investigar e narrar todas as violações aos direitos humanos cometidas na ditadura.

Após o trabalho dos peritos, a Comissão poderá pedir à Justiça a retificação das certidões de óbito, o que foi feito para João Batista Drummond e Vladimir Herzog.

A Folha apurou que um dos casos a ser reconstituído é o de Arnaldo Cardoso Rocha, da Ação Libertadora Nacional (ALN), morto em 1973.

Segundo a versão oficial, Arnaldo teria reagido a tiros contra voz de prisão dada por policiais e sido morto na Penha, em São Paulo.

Mas, na década de 1980, uma criança que morava na rua contrariou essa versão e disse que o viu cair ao ser perseguido e depois ser levado em um carro verde. O laudo necroscópico indica que ele recebeu sete tiros.

Três foram na perna direita, que provavelmente o fizeram cair na perseguição; outro foi disparado próximo ao supercílio direito; e um outro “causou diversas fraturas na mão direita, característica de lesão de defesa, quando o atirador está perto e a mão é levantada buscando proteção”, descreve o livro “Direito à Memória e à Verdade”, editado pelo governo federal em 2007.

JK

Além dos casos de suicídio e de resistência, uma outra investigação em andamento pretende tirar dúvidas relativas à morte de Juscelino Kubitschek em agosto de 1976.

Segundo a versão da época, o Opala em que estava o ex-presidente foi atingido por um ônibus e colidiu com uma carreta na rodovia Dutra.

Surgiram suspeitas de que a morte foi fruto de um atentado –o motorista de JK teria sido alvejado enquanto dirigia, causando o acidente.

Em novembro, Claudio Fonteles, integrante da Comissão, já havia divulgado texto afirmando que Carlos Marighella (1911-1969) foi morto sem esboçar reação ou tentar pegar sua arma, contrariando a versão oficial.

 

Editoria de Arte/Folhapress

 

Fonte: Folha de São Paulo

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