Internacional – 12/12/2012 – 14:12
O fotojornalista Al-Hosseni Abu Deif, 33, morreu nesta quarta-feira (12) segundo informações do jornal “Daily News Egypt”.
Abu Deif, que trabalhava para o jornal independente Al-Fagr, estava em coma desde a última quarta-feira quando foi atingido por um tiro na cabeça durante os protestos contra o presidente Mohamed Mursi, no Cairo. Seu estado já havia sido considerado irreversível pelos médicos.
A família do jornalista alega que ele foi assassinado por “documentar a violência” da Irmandade Muçulmana na tentativa de conter os protestos.
Nesta quarta-feira, manifestantes favoráveis e contrários ao governo do presidente Mursi continuavam protestando no Cairo. O presidente convocou o Exército e o palácio presidencial foi cercado por blocos de concreto, tanques e centenas de soldados. Os aliados de Mursi estão concentrados na Praça Tahrir. Também há protestos em Alexandria e Assiut.
Os opositores conseguiram ultrapassar a barreira colocada em frente ao palácio, mas não houve violência. No centro da discussão está o novo texto da nova Constituição. Os críticos do governo alegam que o texto não corresponde aos desejos do povo, enquanto os aliados de Mursi defendem a proposta.
Os manifestantes contrários a Mursi querem o cancelamento do referendo, marcado para o dia 15, que determina a adoção do novo texto.
Nesta quarta-feira, a TV estatal informou que a Comissão Eleitoral egípcia decidiu que o referendo será realizada em dois dias, 15 e 22 de dezembro, e não em um, como havia se estabelecido a princípio.
A emissora não deu mais detalhes, embora o jornal “Al-Masry Al-Youm”, que cita um membro da Secretaria-Geral da Comissão Eleitoral, Mahmoud Abu Shusha, explicou em seu site que a decisão se deve à escassez de juízes que estão dispostos a supervisionar o referendo.
A onda de protestos no Egito ocorre há mais de uma semana. Inicialmente, os manifestantes saíram às ruas para defender a revogação do decreto que ampliava os poderes do presidente e reduzia os do Legislativo e Judiciário. Mursi revogou o decreto e também uma medida que aumentava os impostos sobre os produtos básicos.
Fonte: Uol


