Estado quer chegar a 2,5 milhões de hectares de florestas plantadas e reforça compromisso com sustentabilidade e economia verde
Com cerca de 1,8 milhão de hectares de florestas plantadas, o estado de Mato Grosso do Sul projeta atingir 2,5 milhões de hectares nos próximos três anos, um aumento de 40% na base florestal. A expansão será sustentada por políticas de sustentabilidade, conceito que permeia as estratégias das principais empresas do setor.
As projeções foram apresentadas pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), durante o evento Bracell 2030 (2025), realizado em São Paulo (SP). O encontro, promovido pela Bracell em parceria com o Valor Econômico e a Editora Globo, reuniu líderes empresariais e autoridades para discutir os caminhos da bioindústria e da economia regenerativa no Brasil.
SUSTENTABILIDADE
No painel “Economia Verde: Como o Brasil pode transformar ativos ambientais em vantagem global”, Verruck destacou o protagonismo internacional do setor florestal sul-mato-grossense. “O setor possui uma forte exposição internacional. A exportação de cerca de 92% da produção de celulose mostra o elevado nível de interação com o mercado global”, afirmou.
O secretário ressaltou ainda que as empresas do segmento seguem rígidos padrões de gestão ambiental e conformidade legal. “Empresas como a Bracell e a Suzano não iniciam atividades sem as devidas análises, reservas legais e compensações ambientais. Suas operações abrangem uma área de mais de 1,18 milhão de hectares, com base na legalidade”, completou.
Verruck destacou também o papel das certificações florestais, que, segundo ele, em muitos casos são mais rigorosas que o licenciamento ambiental. “Essa exigência reforça o compromisso com práticas responsáveis e é o caminho que o setor precisa seguir”, afirmou.
DESAFIOS
Entre os desafios, o secretário citou a falta de reconhecimento, pelo IPCC da ONU, dos créditos de carbono gerados pelo eucalipto plantado, sob a justificativa de que a captura de carbono é temporária. “O setor busca o reconhecimento da colheita, da rebrota e do replantio como técnicas legítimas de captura de carbono, baseadas em metodologias específicas”, explicou.
Segundo ele, o setor pretende apresentar na COP30 um documento que destaque o protagonismo florestal do Brasil na preservação ambiental, buscando superar as barreiras internacionais de validação.
PROJEÇÕES
Para os próximos anos, Verruck aposta em um crescimento “biológico” da economia florestal sul-mato-grossense. O objetivo é consolidar projetos de grande porte, como a expansão da Bracell e a segunda planta da Eldorado Brasil.
“Estamos em 1,881 milhão de hectares e vamos chegar a 2,5 milhões em três anos. Para uma planta desse porte, é necessário considerar também uma área de preservação mínima de 700 mil hectares. Essa é a base do nosso projeto de crescimento sustentável”, finalizou o secretário.
Com informações Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul