22/05/2014 – Atualizado em 22/05/2014
A mulher veio de Minas Gerais com duas filhas, depois de muitos anos sendo vítima de agressões do ex companheiro, e ao chegar na cidade encontrou enormes dificuldades.
Por: Camila Nogueira/Ray Cruz
Na manhã dessa quinta-feira, Rita de Cássia do Nascimento procurou a Redação da Rádio Caçula para pedir ajuda. Recentemente ela teve que se separar da filha de apenas dois anos, pois não encontrava vaga em creches aqui da cidade.
A faxineira de 31 anos contou a equipe que ela morava em Fátima do Pontal, em Minas Gerais com o marido e as duas filhas, uma de 6 e a outra de 2 anos e 5 meses, Rita sofria com a violência do esposo e na última agressão o marido acabou sendo preso pela Lei Maria da Penha. Rita ficou sozinha com as filhas e a cerca de dois meses, resolveu vir morar em Três Lagoas, cidade que o irmão mais velho reside há mais tempo, a esperança era de iniciar uma vida nova, encontrar emprego, boas escolas, e toda uma infra estrutura que se espera de uma cidade em franco desenvolvimento.
No entanto, ao chegar aqui, a situação foi totalmente diferente. Rita de Cássia passou a morar com o irmão e com a cunhada na região do bairro Santa Luzia, ela precisava de vagas para as filhas em escola próximas à residência, para poder trabalhar com tranquilidade.
A trabalhadora conta que a filha de 6 anos conseguiu uma vaga na Escola Municipal Prof. Odeir Antônio da Silva. Mas a menina de 2 anos não conseguiu sequer esperanças de vagas no Centro de Educação Infantil do Santa Luzia.
A mãe emocionada conta que foi várias vezes até a Secretaria de Educação pedir por essa vaga, foi até o Conselho Tutelar pedir ajuda, mas não conseguiu apoio de ninguém. Sem estrutura e expectativa, infelizmente a mãe teve que enviar sua filha caçula para Franca -SP, a aproximadamente 560 km de Três Lagoas. A criança foi morar na casa da avó materna, para poder frenquentar a escola, e também para que Rita de Cássia pudesse conseguir um emprego na cidade. Com toda essa situação a mãe diz estar muito triste e preocupada com o fator psicológico.
“A gente fica longe, fica pensando se está bem, fica querendo estar junto” A menina está longe da mãe e da irmã há quase 2 meses.
A procura de uma vida nova
Depois que Rita de Cássia enviou a filha mais nova aos cuidados da mãe, procurou se estabilizar em um emprego e também alugar uma casinha para poder morar com as duas filhas.
Ela diz que o espaço é simples mas que a força de vontade para levantar a cabeça e superar a vida sofrida e os traumas da violência doméstica são maiores. A residência fica localizada na Rua Elviro Mário Mancini, no bairro Vila Nova, e hoje o objetivo da mãe é conseguir uma vaga em um Centro de Educação Infantil da cidade para a filha de 2 anos, para trazer a menina e viver com as duas filhas, a tão sonhada vida nova.
“Eu tive muitas dificuldades, a recente foi conseguir transferência para minha filha de 6 anos, pois mudei de bairro e precisava da vaga em um lugar mais próximo. Eu soube de vagas seguradas para crianças que não apareciam, fui mal amparada e minha menina de 6, perdeu vários dias de aula. Um funcionário da secretaria de educação disse que eles não tem obrigação nenhuma de arrumar vagas se não houver disponíveis”. explica a mãe.
Hoje, dia 22, Rita de Cássia conseguiu finalmente todos os papéis para a transferência da criança para a escola Municipal Senador Filinto Muller, após aproximadamente 20 dias de tentativas.
Tentando Unir a Família
A esperança da mãe agora é arranjar uma vaga em algum Cei, próximo a sua nova residência, para que sua filha mais nova possa voltar para a família.
Emocionada, a faxineira conta que a mais velha de 6 anos, está entrando em um estado de depressão por sentir muita falta da irmã. “Ela anda toda triste, dorme com uma bonequinha que ela chama pela nome da irmã” afirma.
Em contato com a Secretaria de Educação, a responsável pelo setor, Estefânia nos informou que vai fazer um grande esforço para conseguir a vaga para a pequena de 2 anos. Rita foi orientada a comparecer a Secretaria novamente para que e os processos necessários sejam iniciados.
Rita de Cássia, ainda afirmou que se decepcionou com Três Lagoas. Quando morava em Minas Gerais, ouvia o irmão falar muito bem da cidade, com isso depois de um casamento traumático e anos de sofrimento, ela decidiu vir para o município pensando numa cidade com muitas oportunidades e melhores expectativas de vida. Porém, desde que chegou aqui, a mulher vem passando por muitas dificuldades.
“A gente vem acreditando que vai ter muito emprego, escolas boas e creches com muitas vagas, mas quando chega aqui não é nada disso!”. Rita de Cássia, com muita simplicidade e humildade agradeceu a equipe de reportagem e seguiu novamente rumo a Secretaria de Educação, afim de conseguir reunir a família novamente.




