28.6 C
Três Lagoas
quarta-feira, 17 de setembro, 2025

Internação social, o nome burocrático para o abandono de idosos em hospital

Internações sociais, especialmente de idosos, são frequentes na Santa Casa, maior hospital de Mato Grosso do Sul.

O nome é internação social. Mas na prática, o significado é de abandono familiar. É a situação vivida por Idosos que já receberam alta hospitalar, mas continuam internados porque perderam o vínculo familiar ou não querem ser levados para asilos ou ainda precisam de cuidados específicos.

Em Campo Grande (MS), a equipe da Santa Casa é experiente em situações do tipo. Por diversos motivos, pacientes acima dos 60 anos recebem liberação do médico, mas seguem no lugar.

Em 2021, a Santa Casa de Campo Grande teve 28 internações sociais. Deste total, 17 eram idosos que ficaram, em média, 60 dias no hospital. Mas em alguns casos as internações ultrapassaram três meses.

Este ano, foram oito casos de internação social até março, sendo que seis envolveram idosos. Nesta sexta-feira (13), conforme a assessoria de imprensa da Santa Casa, são seis pessoas internadas nesta condição.

Nossa população cada dia mais tem envelhecido, mas o que eu vejo? A população não tem se preparado para esse momento. Eu vou ter uma mãe que vai envelhecer, vou ter um pai que vai envelhecer, mas a população não tem esse hábito de pesquisar como vai ser, né? questiona a supervisora do serviço social da Santa Casa, Emily Moraes.

Emily opina que as pessoas pensam muito mais na morte de alguns idosos que nestes cuidados. A gente acha que a pessoa vai ter um AVC, um ataque cardíaco e vai morrer, não vai precisar de cuidados, mas pode ser que tenham pessoas que vão precisar desses cuidados. Vão ficar numa cama, precisando ser alimentadas, higienizadas, retornar as consultas”.

O início das internações

A supervisora do serviço social explica que quando os idosos dão entrada no hospital sem terem sido levados por parentes uma verdadeira “operação” de busca e orientação dos familiares é realizada.

Em alguns casos, a família não quer assumir os cuidados, em outros temem não conseguir atender o idoso adequadamente, tem ainda os pacientes que não querem deixar o hospital para serem abrigados em outro lugar e aqueles que não querem morar com familiares.

Mas existem também os casos de idosos que tinham perdido o vínculo com a família e acabaram restabelecendo o contato.

O fato é que, segundo Emily, hospital não é um local adequado para um paciente de alta, seja criança, seja adolescente, seja gestante, seja mulher, diz, lembrando que o leito que eles ocupam poderia ser usado no tratamento de outras pessoas.

Quando o abrigo é necessário

Quando os casos de abandono são confirmados é a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) que entra em ação para fazer um novo estudo sobre as necessidades do paciente e avaliação sobre a necessidade de acolhimento. Eles enfatizam que isto só ocorre, após o esgotamento de todas as possibilidades e busca por familiares”.

Com informações do Primeira Página (RMC)

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Melatonina: o que é, para que serve e os riscos do uso sem prescrição

Uso descontrolado do “hormônio do sono” preocupa médicos e pode gerar efeitos adversos

Alunos conhecem Câmara por dentro e aprendem sobre política

Turmas do 5º ano da Presidente Médici participam de visita guiada ao Legislativo Alunos do 5º ano da Escola Municipal Presidente Médici tiveram, nesta quarta-feira...

Alerta sonoro vai soar ao mesmo tempo nos celulares de Três Lagoas

Teste do Governo Federal vai simular alerta de emergência no dia 27 Na manhã de 27 de setembro, todos os celulares de Três Lagoas vão...