Obra entre Três Lagoas e Inocência atenderá à crescente demanda do setor florestal e impulsionará o escoamento de madeira e celulose no ‘Vale da Celulose’
O Governo de Mato Grosso do Sul vai investir quase R$ 24 milhões na restauração de 48,2 quilômetros da rodovia MS 377, no trecho que liga os municípios de Três Lagoas e Inocência. A obra, contratada pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), responde diretamente ao crescimento acelerado da produção de celulose na região, que hoje se destaca como um dos principais polos do setor no país.
Conhecida como “Vale da Celulose”, a região tem passado por profundas transformações econômicas e territoriais. Pastagens foram substituídas por vastas plantações de eucalipto, impulsionadas pela instalação de grandes indústrias, como a Suzano, já em operação em Ribas do Rio Pardo, e a fábrica da chilena Arauco, em fase de construção em Inocência.
Esse novo cenário industrial resultou em um aumento expressivo no tráfego de veículos pesados, especialmente bitrens e tritrens, que transportam madeira até centros logísticos e polos de processamento. A MS 377, antes considerada uma rota secundária, passou a desempenhar papel fundamental como corredor logístico.
“Estamos acompanhando de perto as transformações no leste do Estado e respondemos a essas mudanças com agilidade e planejamento. A logística é fator determinante para a competitividade de Mato Grosso do Sul”, afirmou o secretário de Infraestrutura e Logística, Guilherme Alcântara.
O contrato para execução da obra foi assinado em 30 de julho de 2025, com prazo de 450 dias corridos e possibilidade de extensão por mais 120 dias. O valor inicial empenhado é de R$ 1,8 milhão, com recursos do orçamento estadual. A contratação foi realizada via Concorrência Eletrônica, conforme a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/21).
Além de atender diretamente ao setor florestal e industrial, a obra também promete beneficiar comunidades rurais e pequenos produtores ao longo do trajeto, melhorando o acesso a serviços e a mobilidade regional.
A expectativa é que a restauração da rodovia reduza o desgaste dos veículos, o consumo de combustível e os custos operacionais das empresas, além de garantir mais segurança e eficiência no escoamento da produção. A MS 377, que até pouco tempo figurava como uma via de menor relevância, agora se consolida como eixo estratégico de um novo ciclo de desenvolvimento, movido pela industrialização e pela inovação.