Letícia Ferreira de Araújo é a vítima mais recente em meio ao aumento preocupante dos feminicídios em Mato Grosso do Sul
O feminicídio de Letícia Ferreira de Araújo, de 25 anos, ocorrido no último sábado, 9 de agosto, em Cassilândia, elevou para 22 o número de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul em 2025. O caso chamou atenção pela brutalidade e reforça a gravidade do cenário da violência de gênero no estado.

De acordo com a investigação, Letícia foi morta após ser atropelada pelo próprio companheiro, Vitor Ananias, também de 25 anos, com quem teria discutido momentos antes do crime. O veículo, um Gol, atingiu a vítima e colidiu contra um muro. A ausência de marcas de frenagem no local aponta para um ato deliberado, segundo apuração inicial da polícia.
A tragédia representa mais um capítulo de uma estatística preocupante. Mato Grosso do Sul tem registrado um feminicídio a cada 11 dias em média. Em grande parte dos casos, as vítimas foram assassinadas por pessoas próximas, como companheiros ou ex-companheiros, muitas vezes dentro do próprio ambiente doméstico.
O crescimento desses casos tem acendido o alerta de organizações sociais e autoridades sobre a necessidade de ações mais firmes de prevenção. Especialistas apontam que o combate ao feminicídio exige uma abordagem ampla, que envolve educação, fortalecimento das redes de apoio às mulheres e uma resposta mais ágil e eficaz das instituições de segurança e justiça.
Letícia agora se soma a uma longa lista de mulheres cujas vidas foram interrompidas pela violência. Sua morte reforça o apelo por políticas públicas consistentes e pela construção de uma cultura de respeito e proteção à vida das mulheres em Mato Grosso do Sul.
Feminicídios em Mato Grosso do Sul em 2025 (até 9 de agosto)
- Total de casos: 22 feminicídios
- Média: 1 mulher assassinada a cada 11 dias
- Cidades com maior número de registros:
- Campo Grande: 3 casos
- Corumbá: 2 casos
- Dourados, Cassilândia e outras: 1 caso cada
- Perfil predominante das vítimas:
- Mulheres jovens (entre 20 e 35 anos)
- Assassinadas por companheiros ou ex-companheiros
- Locais mais comuns: residência da vítima ou do autor
Como prevenir e onde buscar ajuda
Sinais de alerta em relacionamentos abusivos:
- Controle excessivo e ciúmes
- Isolamento de amigos e familiares
- Ameaças verbais ou físicas
- Ciclos de violência seguidos de “arrependimento”
O que fazer se você (ou alguém que conhece) estiver em risco:
- Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
- Em caso de emergência, acione a polícia pelo 190
- Procure a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) mais próxima
- Busque apoio psicológico e jurídico gratuito em centros de referência da mulher
Dicas de proteção:
- Mantenha contatos de emergência acessíveis
- Avise amigos ou familiares de situações suspeitas
- Guarde evidências como mensagens e áudios
- Conheça e solicite medidas protetivas de urgência