30/09/2013 – Atualizado em 30/09/2013
Por: Araçatuba News
Uma vendedora de 23 anos, grávida de 39 semanas, perdeu o bebê depois de procurar atendimento médico no Hospital Municipal da Mulher (HMM) de Araçatuba, na noite do dia 27. Ela percebeu que o bebê não estava mexendo e que havia um corrimento estranho, por isso, decidiu buscar atendimento no hospital.
O bebê morreu no sábado (28). Após o ocorrido, o irmão da gestante procurou a Polícia Civil e comunicou o fato, na noite deste domingo (29). Segundo consta no boletim de ocorrência, a família da gestante acredita em negligência por parte dos médicos que realizaram o atendimento.
CONSULTA
Na noite do dia 27, a gestante foi examinada por uma médica que, segundo o registro policial, apenas verificou os batimentos cardíacos do bebê ainda no útero da mãe, deixando de fazer os exames de praxe como o toque, ultrassom e o monitoramento do feto, uma vez que a gestante havia narrado o que estava acontecendo.
Depois da consulta, a gestante foi liberada e orientada, pela médica, a comer bastante chocolate, pois o alimento estimularia os batimentos cardíacos do bebê. No dia seguinte, na parte da tarde, a gestante começou a ter contrações de parto e sua barriga enrijeceu.
ULTRASSOM
De volta ao Hospital da Mulher, o médico plantonista a examinou, fez exame de ultrassom e não conseguiu ouvir os batimentos do bebê, bem como não identificou circulação sanguínea. A gestante, então, foi encaminhada para a Santa Casa. Após novo exame de ultrassom, foi constatado que o bebê estava morto.
DRAMA
A gestante foi encaminhada novamente ao HMM, para a retirada do feto morto. Contudo, o médico a mandou para a casa dizendo que o bebê não seria retirado naquele dia, pois não havia risco de infecção.
Somente neste domingo, uma secretária do Hospital da Mulher entrou em contato com uma vizinha da gestante pedindo que ela fosse urgentemente ao hospital, pois havia risco de infecção, contrariando as informações passadas pelo médico.
Já no hospital, a gestante enfrentou mais 18 horas de indução de parto, que é feita em três etapas, para que o bebê fosse retirado. O procedimento poderia ter sido iniciado no dia anterior, minimizando o sofrimento da mãe, conforme o registro policial.
BENEFÍCIOS
Ainda no HMM, a família questionou os procedimentos adotados pelos médicos, alegando negligência. A partir de então, todos passaram a ser tratados de forma diferente tendo benefícios, até mesmo podendo dormir no quarto em que a vendedora estava.
Este não é o primeiro caso de morte de bebê registrado no HMM. Em 2011, 16 bebês morreram durante atendimento no Hospital Da Mulher. Um processo foi instaurado para apurar as mortes, porém, o caso foi arquivado sob a alegação que não houve conduta indevida e omissão por parte da equipe do estabelecimento de saúde.
A vendedora permanece internada e, segundo um familiar, ela ainda não expeliu o feto morto. “Minha irmã sonhou com esta gravidez. Ela fez o pré-natal correto e quando notou algo errado, procurou atendimento médico e não foi assistida como deveria”, desabafou o irmão da jovem, durante entrevista ao Ata News, na manhã desta segunda-feira (30).



