A menos de um ano e meio das eleições gerais de 2026, ex-prefeitos de diversas cidades de Mato Grosso do Sul já se articulam para voltar à cena política, desta vez disputando vagas no Legislativo estadual. Pelo menos 14 ex-chefes do Executivo municipal devem concorrer a uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado (Alems).
Entre os nomes já ventilados estão Marcelo Iunes (PP), de Corumbá; Rhaiza Matos (PSDB), de Naviraí; Waldeli dos Santos Rosa (MDB), de Costa Rica; João Carlos Krug (PSDB), de Chapadão do Sul; Rogério Rosalin (PP), de Figueirão; e Francisco de Paula Ribeiro Júnior, conhecido como Juninho (PSDB), de Rochedo.
Também manifestaram intenção de concorrer Dra. Clediane Matzenbacher (PP), ex-prefeita de Jardim; Odilon Ribeiro (PSDB), de Aquidauana; Angelo Guerreiro (PSDB), de Três Lagoas; Hélio Peluffo (PSDB), de Ponta Porã; Alan Guedes (PP), de Dourados; além de dois ex-prefeitos de Campo Grande: Marquinhos Trad (PDT) e André Puccinelli (MDB).
Embora o histórico como prefeitos seja um diferencial, ele não garante vantagem automática na disputa estadual. Como seus eleitorados são localizados, os ex-gestores terão de ampliar suas bases de apoio em outras regiões para conquistar os votos necessários.
Competição acirrada
De acordo com o diretor do Instituto de Pesquisa Resultado (IPR), Aruaque Fressato Barbosa, o cenário para a disputa de deputado estadual em 2026 será altamente competitivo. A busca pela reeleição por parte da maioria dos atuais parlamentares, somada à entrada de ex-prefeitos de cidades estratégicas como Dourados, Três Lagoas, Corumbá, Ponta Porã e Aquidauana, torna o ambiente eleitoral ainda mais disputado.
Barbosa destaca que o desempenho das gestões anteriores dos ex-prefeitos será fator decisivo. Aqueles que encerraram seus mandatos com aprovação elevada e entregas concretas à população devem sair na frente, com mais facilidade para conquistar votos em outros municípios.
Por outro lado, ex-prefeitos que deixaram o cargo sob críticas ou com a imagem desgastada encontrarão maiores dificuldades para viabilizar suas campanhas. A ausência de uma base eleitoral fiel e a limitação na expansão do apoio político são barreiras importantes em uma eleição tão concorrida.
Outro ponto destacado por Barbosa é a importância da formação das chapas partidárias. Segundo ele, o sistema proporcional exige estratégia, tanto no cálculo do quociente eleitoral quanto no aproveitamento das sobras. Partidos que apresentarem candidatos com desempenho equilibrado e bom potencial de votos nominais terão mais chances de conquistar cadeiras, mesmo com menos votos totais.
Assim, a corrida por vagas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul promete ser marcada por alianças estratégicas, disputas intensas e protagonismo de velhos conhecidos da política estadual.
Com informações Correio do Estado