12/05/2014 – Atualizado em 12/05/2014
Ele me batia com cabo de vassoura, diz mulher que matou marido a facadas
Por: Campo Grande News
“Ele era muito agressivo e me batia com cabo de vassoura”. O desabafo é de Tereza de Fátima Ferreira, 42 anos, presa no fim da noite de ontem (11) depois de matar o marido, João Narciso Ferreira, 54 anos, a facadas, na casa onde os dois viviam há 25 anos, na Vila Marli, em Campo Grande.
Tereza casou com João quando tinha 17 e desde então vivia apanhando. O casal tinha 4 filhos, que saíram de casa porque o pai era muito agressivo. Em 2010, João tentou matar um dos filhos, que foi defender a mãe das agressões. Ele chegou a ficar 3 meses detido, mas logo saiu e as pancadarias continuaram.
A mulher conta que não podia se arrumar, porque o marido era extremamente ciumento. “Mulher para ele tinha que ser escrava. O ciúme dele era doentio”, lamenta. Ela diz que apanhava de cabo de vassoura e sempre saia muito machucada das agressões.
Crime – Tereza contou ainda, que vários boletins de ocorrência em razão das violências domésticas foram registrados. Ela chegou a ir morar na casa dos pais, mas voltou porque o filho de 21 anos pediu. “Além disso, ele me ameaçava e dizia que se fosse preso, quando saísse me mataria”, conta, a mulher que cuidava da neta de 3 anos.
Ontem a família se reuniu para comemorar o Dia das Mães e o casal deu início a uma discussão. Bêbado, João usou uma garrafa de vidro para agredir o rosto de Tereza, a mulher teve um corte no supercílio e desmaiou. “Ele já era agressivo e quando bebia ficava mais ainda”, diz.
Depois da agressão, segundo a própria mulher, ela usou uma faca para matar o homem. O crime ocorreu na sala da casa e parentes encontraram João já caído no chão. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi ao local, mas o homem morreu antes da chegada do socorro. “Eu não aguentava mais, estava muito nervosa, abalada e vivia chorando pelos cantos. Ele me batia na frente da minha netinha”, lamenta.
Tereza permaneceu na casa até a chegada da Polícia Militar e confessou o crime aos policiais. A mulher foi detida e encaminhada até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro da cidade, onde o caso também foi registrado.
