Geral – 26/04/2012 – 14:04
Texto aprovado pela Câmara desagrada o Planalto, que preferia versão feita pelo Senado
Um dos interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, disse nesta quinta-feira (26) que o Palácio do Planalto vai analisar com “serenidade e sangue frio” a possibilidade de vetar trecho do texto do Código Florestal aprovado na quarta (25) pela Câmara dos Deputados.
— Como nos é dado também o direito do veto, a presidente vai analisar com muita serenidade, sem animosidade, sem adiantar nenhuma solução. Temos muita responsabilidade com o País. À luz dos nossos princípios, a presidente vai tomar a sua decisão na hora oportuna.
O governo foi derrotado na votação de ontem, pois defendia a versão do código aprovada pelo Senado no fim do ano. No entanto, com 274 votos favoráveis e 184 contrários, a Câmara deu aval ao texto do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que atende a interesses da bancada ruralista.
Segundo Carvalho, que participou hoje da abertura da quarta edição do seminário Diálogos Sociais: Rumo à Rio+20, no Palácio do Planalto, “é público e notório que esperávamos o resultado [da votação] que desse sequência àquilo que foi acordado no Senado”.
— Não foi esse o entendimento da Câmara. É um poder à parte que respeitamos.
O ministro ressaltou que é preciso respeitar a posição do Legislativo e não quis adiantar falar sobre os possíveis vetos de Dilma.
— Não quero falar em tendência, não quero usurpar um direito que é da presidente exclusivamente, e ela vai analisar isso com muito carinho.
Em mensagem enviada ao PV após o primeiro turno das eleições de 2010, na tentativa de conquistar o apoio de Marina Silva, terceira colocada na disputa com 20 milhões de votos, Dilma disse expressar “acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor”.
“Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores”, afirmava Dilma na carta.
De acordo com Gilberto Carvalho, os compromissos assumidos durante a campanha vão orientar a decisão da presidente.
— Para ela [Dilma], o importante é o crescimento com inclusão social e cuidado da natureza. Isso, e mais evidentemente os compromissos que ela assumiu em campanha, serão os parâmetros que vão nos orientar. Mas eu insisto, essa é uma prerrogativa que é da presidente.
Fonte: R7