Esporte – 01/12/2012 – 11:12
Dilma Rousseff volta a participar de um evento da Fifa após 16 meses e uma reviravolta nas relações entre Fifa, COL (Comitê Organizador Local) e Governo Federal.
Neste sábado, durante o sorteio da Copa das Confederações, em São Paulo, ela não enfrentará o clima bélico do sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo, em julho de 2011, no Rio. A cerimônia começa às 11h (horário de Brasília).
No primeiro evento, Dilma estava em campanha para mostrar que o Mundial também é do Brasil e não só da Fifa. Desafiava o que seu estafe chamava de arrogância da entidade internacional e escolhia Pelé como embaixador para fazer propaganda da metade brasileira da Copa.
A preparação da visita de Dilma no local do evento foi tensa. Os dois lados travaram uma disputa por território. A Fifa queria controlar tudo, atropelando a autonomia presidencial. Dilma não suportava a ideia de se encontrar com Ricardo Teixeira, então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). E tentava impor o ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, como seu interlocutor junto à Fifa, que forçava a barra para ter linha direta com a presidente.
De lá para cá, Teixeira e Orlano Silva caíram, Jérôme Valcke sugeriu um chute no traseiro do Brasil, foi colocado na geladeira pelo governo, recuou e fez as pazes.
Depois desse turbilhão, a Fifa é descrita hoje em Brasília como uma entidade que deixou de tentar ganhar na marra e adotou o diálogo. Aldo Rebelo é considerado um ministro que sabe se impor mais do que seu antecessor e ao mesmo tempo manter um bom relacionamento com a Fifa.
Prova dos novos tempos foi a maneira tranquila como o estafe presidencial cuidou da participação de Dilma no evento deste sábado. Seus pedidos foram atendidos facilmente em comparação com a queda de braço do ano passado.
Outra demonstração de que a conversa agora é diferente foi dada com a entrega simbólica de 50 mil ingressos do mundial pela Fifa para o Ministério do Esporte exclusivamente para o programa Bolsa Família e para indígenas. Algo impensável na época em que a Fifa jogava duro para tentar fazer prevalecer as suas vontades.
Fonte: Paulo Passos, Ricardo Perrone, Rodrigo Mattos