Pesquisa aponta crescimento na intenção de compra e preferência por presentes pagos à vista e comprados no comércio de bairro
Mesmo com uma leve retração em relação ao ano passado, o Dia das Crianças deve movimentar R$ 352,37 milhões na economia de Mato Grosso do Sul em 2025. A estimativa é do levantamento realizado pelo Sebrae/MS em parceria com o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio/MS, que também revelou mudanças importantes no comportamento do consumidor sul-mato-grossense para a data comemorativa.
O valor projetado representa uma queda de 6% em comparação com 2024, mas o cenário não é negativo. Isso porque aumentou o número de pessoas com intenção de presentear: 74% dos entrevistados declararam que vão comprar presentes este ano, contra 68,74% na edição anterior da pesquisa. O gasto médio com os presentes também cresceu, passando de R$ 203,44 para R$ 206,61. Já as comemorações, embora ainda relevantes, devem ter um orçamento mais contido, com média de R$ 121,65 por pessoa, somando R$ 123,81 milhões injetados na economia apenas com celebrações.
Segundo a economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira, o aumento no número de consumidores dispostos a presentear é um indicador positivo, mesmo com a redução no montante total. Entre os preferidos para receber presentes estão os filhos (51%) e netos (8%), e a maioria dos consumidores (59%) deve pagar à vista, valorizando ainda mais o bom atendimento no momento da compra.
O comércio tradicional se mantém como principal canal de compras. De acordo com o analista-técnico do Sebrae/MS, Paulo Maciel, 72% dos consumidores pretendem comprar presencialmente, priorizando os centros comerciais de bairro (61%) e lojas de rua (21%). Ele destaca que o ambiente da loja pode ser decisivo na escolha. Criar espaços acolhedores, com decoração temática, personagens infantis e atividades lúdicas pode atrair mais famílias e aumentar as vendas.
Maciel lembra que não é apenas o varejo que se beneficia com a data. Restaurantes, padarias e espaços de lazer também têm a oportunidade de se destacar oferecendo cardápios e experiências voltadas para o público infantil. “A data é movida por afeto. Quando o empresário entende isso e transforma em uma experiência positiva, ele fideliza clientes para além do presente”, pontua.
A pesquisa também traz um panorama sobre quem não pretende consumir. Entre os que não vão comprar presentes, 31% justificam que não têm filhos, netos ou sobrinhos, enquanto 29% disseram não ter crianças pequenas na família. Apenas 7% alegaram falta de dinheiro como motivo para não participar das compras.
Os brinquedos continuam liderando a preferência dos consumidores, com 48% da intenção de compra, seguidos por roupas (31%), calçados (19%) e eletrônicos (11%). Já entre os que planejam celebrar a data, 69% disseram que vão comemorar, sendo que 32% pretendem fazer uma refeição em casa com a família e 14% devem sair para passeios ou refeições fora de casa, como em lanchonetes ou sorveterias.
O levantamento ouviu 1.982 pessoas entre os dias 23 de agosto e 2 de setembro em sete cidades do Estado: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá/Ladário e Três Lagoas. A margem de confiança da pesquisa é de 95%.