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Decretada prisão preventiva de envolvidos em máfia dos ingressos

10/07/2014 – Atualizado em 10/07/2014

Por: G1

A Justiça do Rio decretou nesta quinta-feira (10) a prisão preventiva de 11 envolvidos na máfia da venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo, como antecipou a GloboNews (veja no vídeo ao lado). Segundo o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), a decisão vale para Raymond Whelan, CEO da Match Services, única empresa autorizada a vender ingressos para a Fifa. Equipes da Polícia Civil deixaram a 18ª Delegacia de Polícia, na Praça da Bandeira, para prender o executivo. Às 16h, dois carros estavam na porta do Copacabana Palace, na Zona Sul, onde Whelan está hospedado e onde foi preso pela primeira vez, na segunda-feira (9). Devido a um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) na madrugada de terça (8), o executivo é o único que permanece em liberdade.

Os outros 10, incluindo o argelino Mohamed Lamíne Fofana, apontado como chefe da quadrilha, estão no Complexo Peniténciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, e terão a prisão temporária transformada em preventiva. Fofana teve o habeas corpus negado na noite de terça-feira. O único dos 12 presos e indiciados na operação Jules Rimet, deflagrada em 1º de julho, que não teve a prisão preventiva pedida foi o advogado José Massih, por estar colaborando com as investigações. O prazo de cinco para a prisão temporária termina à 0h de sexta-feira (11).

Inquérito no MP
O inquérito foi entregue pelo delegado Fábio Barucke ao Ministério Público nesta quarta (9). Até as 15h50 desta quinta, segundo a assessoria de imprensa do MP, o promotor Marcos Kac não havia escrito a denúncia e, portanto, não havia encaminhado o documento à Justiça. Ainda de acordo com o MP, o caso corre em segredo de Justiça.

Whelan vai se descredenciar
Em nota divulgada nesta quarta, a Match Services informou que Whelan vai se descredenciar de forma voluntária da Copa e que, ao fazer isso, reafirma seu compromisso com a proteção dos interesses da empresa, da Fifa e do evento. Segundo a nota, o executivo reitera que toma esta decisão mesmo não tendo cometido qualquer ato ilegal e diz ainda que permanecerá colaborando com as investigações com a certeza de que será inocentado.
A Match Services voltou a criticar a forma como a investigação policial está sendo conduzida e afirmou que não há nada de inapropriado ou ilegal na conduta de Raymond Whelan.

O esquema
Deflagrada no dia 1º de julho, a operação da 18ª DP (Praça da Bandeira) no Rio de Janeiro prendeu 12 pessoas. No dia 1º, 11 suspeitos foram detidos no Rio e em São Paulo, entre eles o apontado como operador do esquema, o argelino Mohamed Lamíne Fofana. Na segunda (7), Raymond foi preso por suspeita de ser o facilitador da obtenção dos ingressos.
Com a listagem de celulares da Fifa em mãos, um dos agentes policiais digitou no aparelho celular apreendido do argelino Lamíne Fofana o prefixo 96201, que precedem os telefones da entidade. Apareceu, então, o nome “Ray Brazil”, para qual havia 900 registros entre telefonemas e mensagens. Ao todo, a operação está lendo e escutando 50 mil registros telefônicos, dos quais mais de 50% já foram apurados. Segundo as investigações, três empresas de turismo localizadas em Copacabana, interditadas pela polícia, faziam contato com agências de turismo que traziam turistas ao país e vendiam ingressos acima do preço.

Eram ingressos VIPs, fornecidos como cortesia a patrocinadores, a Organizações Não Governamentais (ONGs) e também destinados à comissão técnica da Seleção Brasileira – desde bilhetes de camarotes até entradas de assentos superiores. Uma entrada para a final da Copa no Maracanã chegava a custar R$ 35 mil e a quadrilha faturava mais de R$ 1 milhão por jogo.

Segundo a polícia, Fofana também conseguia entradas vendidas pelos agentes oficiais da categoria “hospitalidade”, pacotes de luxo, controlados pela Match Hospitality. Até carro forte foi usado para abastecer a quadrilha que vendia entradas para todos os jogos da abertura à final do torneio. Segundo o delegado Fábio Barucke, responsável pelo caso, os presos já atuaram em pelo menos quatro mundiais e estimativas apontam que a quadrilha poderia movimentar cerca de R$ 200 milhões por Copa do Mundo.

Presos
Além de Fofana, estão presos o policial militar reformado Oséas do Nascimento; Alexandre Marino Vieira; Antônio Henrique de Paula Jorge, um dos contatos de Fofana no Brasil (antes de ser preso, Henrique tentou retirar de um banco R$ 177 mil em dinheiro vivo); Marcelo Pavão da Costa Carvalho; Sérgio Antônio de Lima, que teria tentado subornar um dos agentes; Ernane Alves da Rocha Júnior; Júlio Soares da Costa filho e Fernanda Carrione Paulucci. Alexandre da Silva Borges e o advogado José Massih foram presos em São Paulo.

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