Uma pesquisa publicada na edição de janeiro da revista European Psychopharmacology sugere que a creatina, suplemento amplamente conhecido pelos seus efeitos no aumento de massa muscular, pode também ser eficaz no combate à depressão. O estudo, conduzido por cientistas britânicos, revela que a ingestão diária do suplemento, aliada à terapia cognitivo-comportamental (TCC), resultou em melhorias significativas nos sintomas de pacientes com depressão grave.
Participaram da pesquisa 100 voluntários com uma média de 30 anos, diagnosticados com depressão grave. Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu creatina e o outro, placebo. Ambos os grupos realizaram sessões de TCC, mas, ao fim de oito semanas, os que usaram creatina apresentaram uma redução mais significativa nos sintomas depressivos.
A evolução foi medida por meio da escala PHQ-9, que avalia a gravidade da depressão. O grupo que tomou creatina teve uma diminuição média de cinco pontos na escala, considerada bastante relevante pelos pesquisadores, enquanto o grupo placebo também melhorou, mas de forma menos expressiva.
Embora a creatina seja amplamente estudada por seus efeitos no desempenho físico, seu impacto na saúde mental tem atraído crescente interesse. Os pesquisadores destacam, no entanto, que os resultados são preliminares e que mais estudos são necessários para confirmar a eficácia do suplemento como parte do tratamento da depressão. Eles também reforçam que, apesar de ser um suplemento seguro e de baixo custo, a creatina ainda precisa ser melhor investigada para entender seus possíveis benefícios no cérebro.