Internacional – 01/04/2013 – 08:04
A Coreia do Sul promete responder rapidamente a um eventual ataque da Coreia do Norte, avisou a presidente sul-coreana, Park Geun-hye. A tensão na península coreana se intensificou nesta segunda-feira (1º) com o aumento as ameaças dos norte-coreanos e do envio de caças pelos Estados Unidos à região.
Segundo Geun-hye, em caso de ataque, a Coreia do Sul irá “responder com força”, sem levar em conta “considerações políticas”.
“A razão de ser das Forças Armadas é proteger o país e o povo das ameaças”, argumentou a presidente, durante reunião com o ministro da Defesa do país, Kim Kwan-jin.
Geun-hye, primeira mulher a alcançar a Presidência da Coreia do Sul, assumiu o governo há um mês e está enfrentando uma das maiores crises dos últimos anos nas relações entre as duas Coreias.
A presidente já advertiu em algumas ocasiões anteriores que responderá com dureza a hipotéticos ataques do Norte, embora mantenha a postura de melhorar as relações com o país vizinho e inclusive prestar-lhe ajuda humanitária.
Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa sul-coreano entregou à presidente Pum relatório anual que inclui o novo plano de contingência.
O ministro resumiu que o Exército sul-coreano está traçando uma “dissuasão ativa” e “criará um sistema de ataque para neutralizar rapidamente as ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, enquanto melhora significativamente sua capacidade de vigilância e reconhecimento”.
O ministério de Defesa acelerará para antes da data prevista de 2015 o desdobramento de um sistema conhecido como “kill chain” ou “cadeia de destruição”, capaz de detectar, apontar e destruir alvos nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
O governo sul-coreano também acelerará a criação e implementação de um sistema próprio de defesa antimísseis, antecipará o desdobramento de aviões espiões americanos Global Hawk e para 2021 planeja colocar em órbita pelo menos dois satélites militares de espionagem.
O novo plano de contingência perante a ameaça norte-coreana será formalizado em outubro deste ano, quando os chefes de Defesa da Coreia do Sul e EUA fazem sua reunião anual em matéria de segurança, segundo o Ministério.
Norte diz estar à beira de uma guerra
A Coreia do Norte afirma que a região está à beira de uma guerra nuclear, depois da imposição de sanções das Nações Unidas devido a um teste nuclear realizado em fevereiro e uma série de exercícios militares dos EUA e Coreia do Sul, que incluíram uma rara demonstração do poder aéreo norte-americano.
Coreia do Norte anuncia que reforçará poderio nuclear
O governo do país comunista nomeou como ministro de Segurança Choi Bu-il, homem de confiança de Kim Jong-un, em um movimento que indica a determinação do jovem líder de continuar consolidando sua liderança.
A nomeação de Choi à frente do Ministério encarregado dos serviços nacionais de segurança norte-coreanos, aconteceu no mês de fevereiro, mas só foi revelado nesta segunda-feira pelo jornal estatal “Rodong”, habitual porta-voz do hermético regime norte-coreano.
Em todo caso, fontes de inteligência de Seul já especularam no final de fevereiro que Choi teria sido designado para o posto em substituição do anterior ministro, o general Ri Myong-su.
“A nomeação pode fazer parte dos atuais esforços de Kim para consolidar seu poder ao designar pessoas de confiança para postos-chave e substituir quem serviu a seu pai”, avaliou uma fonte oficial em Seul, em declarações publicadas pela agência local “Yonhap”.
Nascido em 1944, Choi Bu-il se graduou na prestigiada Universidade Kim Il-sung e se tornou oficial militar de carreira, alcançando o posto de vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular norte-coreano.
O anúncio da nomeação de Choi aconteceu no mesmo dia no qual está planejada a reunião da Assembleia Popular Suprema (Parlamento) da Coreia do Norte, uma importante reunião que poderia trazer decisões políticas sobre o futuro do regime.
O governo norte-coreano disse no sábado (30) que está entrando em um “estado de guerra” com o Sul, em resposta ao que chama de exercícios militares “hostis” que estão sendo realizados pela Coreia do Sul. Mas não há sinais de atividades incomuns do Exército norte-coreano que sugiram uma agressão iminente, informou uma autoridade do Ministério da Defesa sul-coreana, na semana passada.
Fonte: UOL Notícias