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quarta-feira, 23 de julho, 2025

Contrabando de cigarros faz Estado deixar de arrecadar R$205 milhões

Segundo pesquisa, somente de ICMS são perdidos R$ 187 milhões

28/10/2019 07h44
Por: Deyvid Santos

MATO GROSSO DO SUL (MS) – Mato Grosso do Sul já deixou de arrecadar R$ 205 milhões com o contrabando de cigarros em 2019, segundo levantamento do Ibope Inteligência. O crime impede o estado de recolher R$ 187 milhões somente de ICMS e receber R$ 18 milhões do Governo Federal pelo Fundo de Participação dos Estados (FPI) referentes ao IPI.

O estudo revela que entre as dez marcas de cigarros mais vendidas em Mato Grosso do Sul, quatro são estrangeiras e entram em território brasileiro “na surdina” pelos municípios fronteiriços. Entre elas está a FOX, que responde por 69% do mercado desse produto.

Campo Grande, Corumbá, Dourados, São Gabriel do Oeste, Coxim e Três Lagoas são as cidades mais afetadas pelo contrabando. Estima-se que 87% dos cigarros que circulam no estado sejam trazidos ilegalmente do Paraguai. O montante irá movimentar cerca de R$ 352 milhões apenas neste ano.

O Ibope aponta três fatores que ajudam o contrabando a se manter. O primeiro é a redução no volume de apreensões no país. O segundo é o aumento da participação de cigarros ilegais e o terceiro, o preço médio do produto.

Enquanto um maço importado ou fabricado legalmente custa em torno de R$ 5, o contrabandeado é vendido por R$ 2,82.

DADOS NACIONAIS

Circulam pelas cidades brasileiras 63,4 bilhões de cigarros ilegais, crescimento de três pontos percentuais em relação à mesma pesquisa em 2018. O Brasil deixa de arrecadar R$ 12,2 bilhões com o crime. Esse dinheiro, segundo o Ibope, daria para construir 5,9 mil Unidades de Pronto Atendimento, 21 mil Unidades Básicas de Saúde ou 8,6 mil creches.

O mercado ilegal desse tipo de produto cresceu pelo sexto ano seguido: 57% de todos os cigarros consumidos no país este ano são contrabandeados, dos quais 49% foram trazidos do Paraguai e o restante de marcas nacionais que operam irregularmente.

Entre janeiro e junho deste ano, conforme dados da Receita Federal divulgados pela pesquisa, foram apreendidos 629 milhões de cigarros (8% a menos do que no mesmo período em 2018). O cigarro corresponde a 95 dos flagrantes, seguido pelos isqueiros (0,6%) e relógios (0,22%).

POLÍCIA

A quantidade de apreensões de cigarros em 2019 teve grande redução quando comparada ao ano passado. De acordo com o diretor do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), coronel Marcos Paulo Gimenez, desde o início de 2019 a corporação tem atuado com maior intensidade em locais usados no ano passado como rota dos contrabandistas e traficantes.

O DOF foi a força policial que registrou a maior redução no período, com queda de 73,5% na quantidade de cigarros contrabandeados apreendidos de 1° de janeiro até o dia 30 de setembro. No período deste ano foram 226.286 pacotes contra 853.362 em 2018, ou 4.525.720 maços contra 17.067.240 maços tirados das ruas no ano passado.

A redução nas apreensões de cigarro também foi registrada pela Polícia Militar. Até o dia 8 de outubro, 6.922.410 maços de cigarros contrabandeados do Paraguai foram apreendidos no Estado. O número é menor do que foi pego até o dia 16 de setembro de 2018, quando haviam sido tirados das ruas 7.774.558 maços de cigarros ilegais.

No caso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que é a corporação que mais apreendeu o ilícito no período, a redução foi de 60% este ano em relação ao ano anterior. Em 2019, de 1º de janeiro até o fim de setembro, foram apreendidos 12.618.000 maços, contra 31.644.800 maços de cigarros no mesmo período de 2018.

Informações do site Correio do Estado

Uma das apreensões de cigarros contrabandeados feitas pela polícia este ano no estado - Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

Cigarros apreendidos em Mato Grosso do Sul: quantidade de flagrantes têm caído em 2019 (Foto: Bruno Henrique / Arquivo / Correio do Estado)

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