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Consórcio UFN 3 em Três Lagoas pode falir empresários

27/06/2014 – Atualizado em 27/06/2014

Consórcio UFN 3 em Três Lagoas pode falir empresários do MS

Entre os mais variados serviços, a UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) consórcio que realiza a construção da Fafen (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados) da Petrobras

Por: Expressão MS

Conforme aponta um empresários do setor de serviços elétricos, desde novembro a UFN3 não vem cumprindo com os pagamentos. “De quem eles ainda dependem, que falta terminar um serviço, eles até estão pagando, bem errado, atrasado, mas pagam. Agora quem já concluiu o trabalho, não. Não recebe e conheço uma série de empresários que deixaram de prestar serviços menores e tem que receber em torno de R$ 1 milhão e já está completamente ‘quebrado’, sem pagar funcionário e sem ter uma forma de fonte de renda. Ou seja, está refém da UFN3, e agora precisa vender tudo o que tem para pagar encargos trabalhistas de demissões. É uma bola de neve na economia. Já sabemos que o comércio está fraco, justamente pela quantidade de demissões”, aponta.

O empresário afirma que nos últimos dias ele recebeu 40 currículos de pessoas que já perderam emprego devido a falência de empresas e que essas pessoas inclusive bateram em sua porta sem conseguir receber seus salários. Além disso, ele já vendeu dois carros da família para arcar com dívidas. “A minha sorte hoje é que tenho outras fontes de renda, mas ainda assim me sinto sem chão e desesperado, pois eu preciso receber meus mais de R$ 700 mil, que se pagarem ainda este mês, praticamente empata o que investi para realizar o serviço e o que peguei em banco para pagar os fornecedores e funcionários, agora, se passar deste mês, numa obra que era pra dar um lucro de aproximadamente R$ 150 mil, já começo a levar prejuízo, nós de Três Lagoas não merecíamos este tratamento, é um estelionato o que este consórcio está fazendo conosco”, destaca.

Outro empresário que também não quis se identificar e prefere não falar em que setor atua, aguarda o pagamento de aproximadamente R$ 5 milhões e possivelmente precisará se desfazer de propriedades. Ainda comenta sobre colegas na mesma situação aguardando negociações.

Do ramo hoteleiro, outro empresário explica que até tem conseguido devagar, receber alguns valores, mas o consórcio chegou a dever entre hotel e serviço de passagens mais de R$ 1 milhão, entretanto ele ressalta que sua descapitalização foi tamanha que mesmo recebendo seu empreendimento, ficará no prejuízo.

Um proprietário de empresa de guindastes, afirma que conseguiu uma negociação na terça-feira (18), mas ainda não recebeu toda a dívida de R$ 1,2 milhões e nem há previsão para que o dinheiro seja depositado, mas aguarda e teme retaliação caso se identifique. “Estou muito revoltado. Estamos trabalhando e em vez de proporcionar riquezas, estamos nos endividando. Isso não poderia existir em uma empresa que presta serviço à Petrobras. Ela (a Petrobras) deveria se responsabilizar, porque essa UFN3 está destruindo nossa economia”, lamenta.

Outra empresa de alojamentos compartilha da mesma revolta, aguardando o recebimento de R$ 600 mil. Tem sido difícil para empresa menor como a nossa, porque não temos este capital sobrando para esperar o recebimento no prazo deles, e temos que continuar os serviços e pagando funcionários. É um desespero”, afirma.

Os proprietário temem sofrer represálias do consórcio e nunca mais receber. Um dos empresários afirma que buscou o CNPJ da empresa e descobriu que há uma série de protestos por dívidas não honradas. “Se processarmos a UFN3 seremos apenas mais um processo na pilha e corremos o risco de receber após anos e aí já teríamos perdido inclusive a forma de trabalhar”, diz.

Coincidência ou não, dados da Fiems apontam que em 28 municípios do Estado as atividades industriais registraram saldos negativos de contratação no período indicado, proporcionando fechamento de 2.231 vagas, com destaque para Três Lagoas (-1.603) e Iguatemi (-227). As demissões ocorridas aconteceram, em sua maior parte, em duas atividades da indústria da construção: obras de engenharia civil não especificadas anteriormente e montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas. Somadas, essas duas atividades totalizaram o fechamento de 1.556 vagas.

Tais demissões ocorreram basicamente em Três Lagoas, onde as duas atividades mencionadas foram responsáveis por 1.832 demissões. “O fator de maior peso no desempenho observado para o município de Três Lagoas decorre, possivelmente, do encerramento de atividades ligadas à construção da Fábrica de Nitrogenados da Petrobras, uma vez que a primeira etapa da obra já está próxima do fim com o início da operação da planta em seu primeiro módulo, previsto para os meses de setembro ou outubro deste ano”, aponta nota da Fiems.

Foto: Reprodução

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