Uma notícia, há tempos, esperada pelos pais de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) em idade escolar finalmente foi anunciada.
A partir de 2024, Três Lagoas terá, na Rede Municipal de Ensino, sessenta profissionais para auxiliar na educação inclusiva de alunos com TEA.
A informação foi confirmada na sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, 05.12, pelo líder do prefeito Angelo Guerreiro, o vereador Antônio Luiz Empke Junior (Tonhão).
“Vamos ter um processo seletivo no início de janeiro para essa primeira contratação. O requisito mínimo é que o candidato seja formado em pedagogia”, informou Tonhão.
A princípio, a remuneração será de R$ 4.420 para uma carga horária de 40 horas semanais e cada profissional deverá acompanhar, no máximo, três alunos.
Essa conquista foi comemorada pelas mães da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), presidida por Nadir Vilalva. “É uma luta antiga. Estamos felizes. É um primeiro e importante passo”, comentou Nadir.
Após o processo seletivo, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura deverá conduzir uma capacitação focada em educação inclusiva com foco em TEA.
De acordo com Oswaldo Freire, um dos maiores especialistas sobre TEA do país e autor do livro “O Desafiante Mundo do Autista”, estima-se que Três Lagoas tenha aproximadamente mil pessoas com algum grau de autismo.
Transtorno do espectro autista
O transtorno do espectro autista (TEA) se refere a uma série de condições caracterizadas por algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação e na linguagem, e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva.
O TEA começa na infância e tende a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, as condições são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida. Indivíduos com transtorno do espectro autista frequentemente apresentam outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
O nível de funcionamento intelectual em indivíduos com TEA é extremamente variável, estendendo-se de comprometimento profundo até níveis superiores.