21.9 C
Três Lagoas
quinta-feira, 4 de dezembro, 2025

Casal espanhol diz que filho negro foi expulso de restaurante em SP

Policial – 03/01/2012 – 08:01

Garoto foi adotado há dois anos na Etiópia e, segundo família, está abalado. Defesa do estabelecimento diz que criança foi confundida com menino de rua

O que era para ser uma viagem de férias no Brasil terminou em tristeza para a espanhola Cristina, de 42 anos. A mulher, que não quis ter o sobrenome revelado, veio ao país com o marido Jordi, também espanhol, e o filho de 6 anos, adotado há dois na Etiópia. Na sexta-feira (30), Cristina procurou a polícia alegando que seu filho, que é negro, foi expulso do restaurante Nonno Paolo, no bairro Paraíso, Zona Sul de São Paulo. O advogado do estabelecimento nega e diz que o menino saiu espontaneamente após ser abordado pelo proprietário.

O dono do restaurante confundiu a criança com um menino de rua, segundo seu defensor, José Eduardo da Cruz. O garoto, que não fala português, foi encontrado pela família a um quarteirão de distância do local.

“Foi um desespero, a primeira coisa que eu pensei foi que alguém havia levado ele embora [o menino] e que não iríamos vê-lo nunca mais”, disse a mãe, técnica de administração acadêmica na Universidade de Barcelona. A família havia ido ao Parque Ibirapuera na manhã da sexta (30) e decidiu comer no restaurante à tarde. Funcionários viram que o garoto entrou com os pais e o trataram como cliente num primeiro momento, relatou Cristina.

A família, que chegou ao Brasil em 17 de dezembro, disse estar muito abalada. A tia que hospeda o casal, Aurora, afirmou que o garoto evita falar sobre o caso e que estava chorando quando foi encontrado pelos pais. “Ela [Cristina] chegou aqui chorando, com o marido. Eu voltei [ao restaurante] com ela para saber o que houve e um funcionário admitiu que havia colocado o menino para fora.”

O casal espanhol fez um boletim de ocorrência no 36º Distrito Policial, na Vila Mariana, ainda na sexta (30). O caso foi registrado como constrangimento ilegal, mas a polícia investiga a hipótese de racismo. A mãe já foi ouvida pelos policiais.

O advogado do Nonno Paolo reconhece que o dono do estabelecimento abordou a criança, mas nega que tenha havido racismo. “Ele [o dono] se dirigiu ao garoto e ele não respondeu. Ele imaginou que fosse mais um dos meninos de rua da feira, e a criança saiu do local espontaneamente. Em hipótese alguma houve racismo”, disse.

Funcionários do restaurante ouvidos pelo G1 confirmam que o dono do local colocou o garoto para fora do estabelecimento.

“Ele me disse ‘um senhor me botou para fora’, em catalão, que é a nossa língua. Perguntamos se ele estava ferido e ele disse que foi segurado pelo braço, mas não foi machucado”, contou a mãe. A família volta nesta segunda (2) para a Espanha, mas vai acompanhar o caso e estuda entrar na Justiça caso a investigação não prossiga.

Fonte: G1

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

15º Jogando Pela Paz celebra a cultura da capoeira em Três Lagoas

Encontro reúne alunos e mestres para atividades culturais, artísticas e formativas Três Lagoas sediará no próximo dia 6 de dezembro, às 17h, o 15º Jogando...

Três Lagoas lança Plano de Desenvolvimento Municipal em parceria com Sebrae e Governo do Estado

Evento apresenta diagnóstico, metas e projetos estratégicos para orientar o crescimento do município até 2028 O Plano de Desenvolvimento Municipal de Três Lagoas será lançado...

Thais Constantino fala sobre acessibilidade e desafios da inclusão

No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, jornalista compartilha experiências de vida, maternidade e barreiras do dia a dia Nesta terça-feira (3), o Hora da...