Imunização de gestantes pretende proteger recém-nascidos e reduzir internações por bronquiolite
O Ministério da Saúde começou, nesta terça-feira , a distribuição nacional do primeiro lote da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável pela maior parte dos casos graves de bronquiolite em bebês. As 673 mil doses iniciais serão enviadas a todos os estados para aplicação gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O público-alvo prioritário é formado por gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, sem restrição de idade. A recomendação é de dose única a cada gestação. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a inclusão do imunizante no calendário representa “um marco na proteção de gestantes e bebês”, reforçando o compromisso do SUS com ações preventivas.
A estratégia mira diretamente a redução das formas graves de infecção em recém-nascidos, que são mais vulneráveis e frequentemente necessitam de hospitalização. Até 22 de novembro deste ano, o Brasil registrou 43,2 mil casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) atribuídos ao VSR. Estudos como o Matisse confirmam a eficácia da vacinação materna para proteção nos primeiros meses de vida do bebê.
As secretarias estaduais e municipais de Saúde serão responsáveis pela gestão dos estoques e poderão iniciar imediatamente a imunização nas unidades básicas de saúde. A orientação é que os profissionais verifiquem também outras vacinas indicadas às gestantes, como influenza e covid-19, que podem ser aplicadas no mesmo dia da vacina contra o VSR.
O governo federal adquiriu 1,8 milhão de doses, que serão entregues gradualmente. O Distrito Federal é a primeira unidade da federação a receber o lote inicial, seguido pelos demais estados até esta quarta-feira (3).
A implementação no SUS foi viabilizada por acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que prevê transferência de tecnologia e futura produção nacional do imunizante, ampliando o acesso e reduzindo custos.
A bronquiolite, causada principalmente pelo VSR, é uma infecção respiratória aguda que afeta sobretudo crianças menores de 2 anos. Os sintomas incluem obstrução nasal, coriza, dificuldade para respirar, tosse, chiado no peito e febre, podendo evoluir para quadros graves. Não há medicamento capaz de eliminar o vírus; o tratamento é de suporte, focado no alívio dos sintomas e na manutenção das funções vitais.
com informações Agência Brasil


