Diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Brasil tem intensificado esforços para diversificar suas exportações e consolidar a parceria comercial com a China, seu principal parceiro internacional. A estratégia já movimenta bilhões em investimentos chineses em setores como energia, tecnologia, mineração, mobilidade, alimentação e saúde.
A China responde por 28% das exportações brasileiras e por 41,4% do superávit comercial do país. Produtos como soja (33,4%), petróleo bruto (21,2%) e minério de ferro (21,1%) representam a maior parte do volume enviado ao país asiático.
Investimentos chineses em destaque no Brasil:
- GWM (Great Wall Motors) vai investir R$ 6 bilhões entre 2027 e 2032 para ampliar sua linha de produção no Brasil. O montante se soma aos R$ 4 bilhões já aplicados para reativar a fábrica de Iracemápolis (SP).
- Meituan, gigante chinesa de delivery, vai investir mais de R$ 5 bilhões na operação da marca Keeta no Brasil, com previsão de 100 mil empregos indiretos e uma central de operações no Nordeste.
- Envision Energy destinará R$ 5 bilhões à construção do primeiro Parque Industrial Net-Zero da América Latina, no Rio de Janeiro, voltado à produção de hidrogênio verde, amônia verde e SAF (Combustível Sustentável de Aviação).
- CGN (China General Nuclear) investirá R$ 3 bilhões em um hub de energia renovável no Piauí, com foco em energia eólica e solar, gerando até 1,4 GW de capacidade instalada e 5 mil empregos.
- Mixue, rede de fast food chinesa, investirá R$ 3,2 bilhões para se estabelecer no Brasil, utilizando frutas brasileiras em seus produtos e gerando 25 mil empregos até 2030. A operação começará por São Paulo.
- Baiyin Nonferrous adquiriu a mineradora Vale Verde por R$ 2,4 bilhões, garantindo o fornecimento de cobre e metais estratégicos como ouro, prata, chumbo e zinco para atender à crescente demanda chinesa.
- Longsys, por meio da subsidiária Zilia, anunciou R$ 650 milhões para expandir suas fábricas em Atibaia (SP) e Manaus (AM), com foco em semicondutores e dispositivos de memória.
- DiDi, controladora do app 99, investirá R$ 1 bilhão no relançamento do 99Food e na implantação de 10 mil pontos de recarga para veículos elétricos no Brasil.
Parcerias estratégicas Brasil-China:
- Nortec Química e empresas chinesas: R$ 350 milhões em insumos farmacêuticos.
- Raízen e SAFPAC: Produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) na China.
- Fiocruz e Biomm: Parceria para produção local de insulina, com potencial de beneficiar 16 milhões de brasileiros.
- ABES e ZGC: Cooperação em inteligência artificial, infraestrutura de dados e capacitação profissional.
- Eurofarma e Sinovac: Criação do Instituto Brasil-China de Biotecnologia.
Com essas iniciativas, o Brasil busca reduzir a dependência de mercados instáveis e reforçar seu protagonismo nas cadeias globais de valor, com apoio do capital e da demanda chinesa.
Com informações CNN Brasil