Representando Três Lagoas, o prefeito Cassiano Maia participou do debate e alertou para as “dores do desenvolvimento” em meio à expansão bilionária do setor.
A Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado Federal realizou nesta terça-feira, 25, uma audiência pública para avaliar os impactos socioeconômicos, ambientais e estruturais do crescimento acelerado do chamado ‘Vale da Celulose’, região composta por 12 municípios no leste de Mato Grosso do Sul que vive uma transformação econômica sem precedentes.
A área, impulsionada por megafábricas de empresas como Suzano, Arauco, Eldorado e Bracell, já recebeu mais de R$ 75 bilhões em investimentos privados e deve ultrapassar 11 milhões de toneladas de celulose produzidas ao ano, consolidando-se como um dos maiores polos do setor no país. Em 2025, o produto superou a soja e se tornou o principal item de exportação do estado, movimentando US$ 1,44 bilhão, segundo o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que preside o debate.
Foram convidados para a audiência prefeitos da região, representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Integração, além de órgãos estaduais e entidades do setor florestal.
O avanço econômico remodelou completamente o perfil da região. Em Três Lagoas, principal polo industrial, o PIB cresceu 16 vezes em uma década, enquanto a população aumentou 13% entre 2021 e 2024. A geração de empregos mais que dobrou desde 2010, contribuindo para que Mato Grosso do Sul tenha uma das menores taxas de desemprego do país.
Participando remotamente da audiência, o prefeito de Três Lagoas, Cassiano Maia (PP) ressaltou tanto os avanços quanto os desafios causados pela expansão industrial. “Vivemos um momento de grande efervescência no desenvolvimento regional. O crescimento traz benefícios, mas também dores, especialmente na saúde, educação, infraestrutura e habitação”, afirmou.
Durante sua fala, o prefeito agradeceu o apoio da bancada federal e destacou que o município se tornou, nos últimos 15 anos, “a capital mundial da celulose”. Ele também enfatizou a necessidade de cooperação entre os municípios da Costa Leste para garantir um crescimento sustentável.
“Aprendemos com o processo e queremos auxiliar os demais municípios irmãos que agora recebem indústrias papeleiras. Só assim construiremos um vale da celulose que transforme vidas com qualidade e sustentabilidade”, disse Cassiano.


