Hoje, são poucos os engraxates que ainda exercem o ofício, Valmir é um exemplo de resistência
Em tempos de modernidade e rotinas apressadas, algumas profissões tradicionais estão cada vez mais raras. Uma delas é a de engraxate, ofício que já foi símbolo de elegância e cuidado com a aparência. Mas em Três Lagoas (MS), essa tradição ainda resiste nas mãos de um homem simples e dedicado: Valmir Martins, de 62 anos, que há 50 anos vive da arte de deixar sapatos brilhando.
Todos os dias, entre 11h e 14h, Valmir pode ser encontrado em frente a um restaurante na Rua Paranaíba, no centro da cidade, com sua caixa de engraxate, escovas e panos sempre à disposição. Com um sorriso no rosto e histórias de quem viu Três Lagoas crescer, ele recebe clientes fiéis — muitos deles que o conhecem há décadas.
Após o almoço, Valmir segue para a Praça Ramez Tebet, onde continua o trabalho até o fim da tarde. Ali, entre bancos e sombras das árvores, ele engraxa sapatos com o mesmo capricho de quando começou, ainda jovem, encantado pela profissão que aprendeu com antigos mestres da cidade.
Uma profissão que resiste ao tempo
Hoje, são poucos os engraxates que ainda exercem o ofício em Mato Grosso do Sul. Valmir é um exemplo de resistência, humildade e amor pelo trabalho, mantendo viva uma profissão que faz parte da memória urbana e do cotidiano de gerações.
Enquanto muitos passam apressados pelas ruas, ele continua ali, firme com sua caixa de engraxate, provando que tradições também brilham — assim como os sapatos que ele cuida com tanto carinho.
Por Marco Campos