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quinta-feira, 2 de maio, 2024

Anúncios on-line de venda são usados para aplicação de golpes

Somente neste ano, 165 pessoas já foram vítimas dessa modalidade de estelionato

21/05/2019 14h19
Por: Deyvid Santos

Cada vez mais comuns, os anúncios on-line de venda de produtos são usados para aplicar golpes. Em muitos casos, os itens comercializados são produtos de roubo e furto, e quem compra acaba ficando no prejuízo. Levantamento da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) aponta que em 2018 a Polícia Civil registrou 448 casos de estelionato usando, por exemplo, a plataforma de anúncios da OLX.

Este ano, já foram 165 golpes. Os dados da Polícia Civil revelam que os casos mais comuns de estelionato por meio do site OLX são os relacionados a vendas de casas, carro, bicicletas, televisão e até mesmo botijão de gás. Mas a quantidade pode ser muito maior, pois existem pessoas que não denunciam após identificar a irregularidade ou ficam com os produtos sem saber a verdadeira origem.

O administrador Carlos Alberto Fernandes Villalba, 35 anos, viveu a amarga experiência do barato que saiu caro. Ele comprou uma bicicleta com preço bem abaixo do mercado, acabou levando prejuízo. A bicileta era roubada e ele perdeu R$ 1,5 mil na transação. Ele estava em busca de uma bicicleta de fibra de carbono na cor vermelho Ferrari e, em pesquisa de preços, verificou que esse tipo de bicicleta custava em torno de R$ 5 mil. Ele pesquisou na OLX e encontrou um anunciante vendendo a bicicleta que estava desejando pelo valor de R$ 1,5 mil.

“Eu até desconfiei no começo, mas fui encontrar o vendedor e ele me disse que não queria mais a bike porque tinha caído e se machucado e queria se desfazer. Eu fui no Parque das Nações Indígenas, fiz um teste, gostei da bicicleta e paguei na hora. O anunciante me disse que mandaria por e-mail a nota fiscal e acreditei. Três dias depois, entrei em um grupo de ciclistas e descobri que a mesma bicicleta que comprei tinha sido roubada semanas antes. Aí, eu devolvi para o verdadeiro dono e infelizmente fiquei no prejuízo”, lamenta Villalba.

Para o auxiliar administrativo Marcos Machado de Oliveira, 33 anos, o sonho da casa própria virou pesadelo em razão de um anúncio na OLX. Ele economizou o salário por cinco anos e, com o FGTS, conseguiu juntar R$ 55 mil. Buscou anúncios e encontrou uma casa popular no valor de R$ 40 mil, já planejando usar o restante do que tinha para reformar o imóvel. “Eu fui inocente. Eu queria uma casa própria e vi o anúncio e ainda tinha a oportunidade de reformar a casa. Mas caí em um golpe. Paguei o valor de R$ 40 mil na casa, arrumei toda a documentação, estava tudo certo, até me mudei. Depois, fui notificado de que a casa não poderia ser vendida nem alugada. Aí, perdi o dinheiro e a casa, mas já voltei a economizar e vou conseguir comprar a minha casa”.

A assessoria de imprensa da Agência Municipal de Habitação (Emha) informou que é feito trabalho de fiscalização e notificação das unidades habitacionais para verificar se existe atraso ou alguma irregularidade. Caso a agência constate a irregularidade, a pessoa que vendeu perde automaticamente o direito de se beneficiar com projetos de habitação social e, em determinados casos, é notificada ou pode sofrer até reintegração de posse.

A delegada-adjunta da Delegacia Especializada de Repressão Crimes de Defraudações, Falsificações (Dedfaz) Claudia Angélica Gerei, explica que crimes envolvendo o site OLX são comuns e na maioria das vezes são golpes aplicados por presidiários, de dentro das cadeias, enganando os vendedores para roubarem os carros. Esse crime a polícia chama normalmente de “golpe do envelope vazio” – como foi mostrado em reportagem publicada na semana passada pelo Correio do Estado. “É registrado diariamente. O suposto comprador, que normalmente é um presidiário, busca no aplicativo vários carros a venda, faz a negociação e por meio de terceiro, registram o depósito com o valor do carro no banco, mas o envelope está vazio. A vítima acaba entregando o carro e levando prejuízo”.

Ela orienta que evite fazer comprar por meio desse aplicativo e caso faça busque informações e investigue a procedência, pois poderá estar fazendo parte de um caso de receptação. “Sempre desconfie do valor mais baixo. Se for carro, verifique no Detran, não entregue o bem antes de ter o dinheiro em mãos. Quando o preço está muito aquém do mercado desconfie”, disse a delegada.

Informações do site Correio do Estado

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Casos vão desde a venda de bicicleta até negociação de carros e outros bens - Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado

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